Após três dias de debates, o 31º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef) definiu, neste domingo(14), a pauta de reivindicações específicas para a campanha salarial 2015 e as negociações permanentes com o banco. Dentre as principais propostas estão melhorias nas condições de trabalho, mais contratações, fim do programa Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), combate a metas abusivas e defesa da isonomia. No encontro, os delegados deliberaram também pela manutenção da mesa única com a Fenaban e negociação concomitante com a Caixa das questões específicas.

Participaram do 31º Conecef, realizado de sexta a domingo, no Hotel Holiday Inn, em São Paulo (SP), 348 delegados de todo o País, sendo 198 homens (57%) e 150 mulheres (43%). A busca pela paridade nesse fórum deliberativo dos trabalhadores da Caixa continua. Uma das deliberações referentes à organização do movimento foi de manter a cota de gênero de 50%. As delegações que não atingirem esse percentual sofrerão corte de 50% para o congresso de 2016.

"Saímos desse Conecef com uma pauta de reivindicações sintonizada com as expectativas dos trabalhadores, com aperfeiçoamentos na nossa estratégia de organização e de mobilização e com a nossa unidade fortalecida. Vamos buscar condições de trabalho mais dignas e fazer o enfrentamento contra as tentativas de retirada de direitos da classe trabalhadora", ressaltou o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, destaca que os empregados da Caixa levarão uma grande contribuição para a Conferência Nacional dos Bancários, que acontecerá de 31 de julho a 2 de agosto, em São Paulo. "Com os demais bancos públicos e privados vamos definir uma pauta conjunta e realizar uma grande campanha em 2015", enfatizou.

Seguindo o slogan do 31º Conecef "Unidade para conquistar", todas as forças políticas do movimento dos empregados da Caixa decidiram pela formação de um Fórum Nacional em defesa da Funcef, que terá por objetivo discutir as questões relacionadas à Fundação, em especial o plano de equacionamento do déficit do Reg/Replan Saldado e Não Saldado.

Foi consenso entre as forças a preocupação com a situação do fundo de pensão. As representações dos trabalhadores querem aprofundar o debate sobre o déficit e o plano de equacionamento. As correntes políticas também assinaram um manifesto em que defendem a ampliação da democratização da Funcef, com o fim do voto de minerva, aumentar a participação dos associados nos processos eleitorais, entre outras questões.

A situação da Funcef foi um dos temas debatidos no primeiro dia de trabalhos do 31º Conecef, na sexta-feira (12). A discussão contou com a participação do diretor de Investimentos do fundo de pensão, Maurício Marcellini, e do conselheiro eleito deliberativo Antônio Luiz Fermino.

Durante a plenária de encerramento do Conecef, neste domingo, o coordenador dos trabalhos e integrante da Comissão Executiva dos Empregados(CEE/Caixa-Contraf/CUT), Genésio Cardoso, repudiou o manifesto divulgado pelos diretores eleitos da Funcef, em que se queixam de não terem sido convidados para participar do Congresso.

Genésio esclareceu que os diretores eleitos da Fundação bem como de outros órgãos como Conselho de Administração da Caixa e Conselho de Usuários do Saúde Caixa sempre participaram do Congresso na condição de delegados/observadores eleitos nas bases. "Eles que participem das discussões nos congressos estaduais e disputem a vaga de delegado para o encontro nacional", enfatizou.

Os delegados do 31º Conecef aprovaram manifesto em que se posicionam contrários ao projeto de lei que regulamenta a terceirização e contra as MPs 664 e 665 que atentam contra direitos dos trabalhadores. Foi aprovada também moção de apoio aos trabalhadores do HSBC que estão com empregados ameaçados, por conta da venda do banco, e contra a criminalização dos movimentos sociais.

Os delegados do 31º Conecef discutiram itens prioritários sobre os temas que serão reivindicados na campanha salarial deste ano. Dentre as reivindicações aprovadas constam prevenção do assédio moral e sexual, condições de trabalho para os deficientes, combate às metas abusivas, medidas e garantias em caso de assaltos e sequestros para as vítimas e familiares, melhoria e ampliação no atendimento do Saúde Caixa; fim do voto de minerva na Funcef, extensão do Saúde Caixa para os empregados que se aposentaram por meio de PADVs, extensão do auxílio-alimentação e cesta-alimentação a todos os aposentados e pensionistas, inclusive aos desligados em PADV, retomada do modelo de Agência Segura, combate a terceirização, defesa da isonomia, fim do GDP (programa Gestão de Desempenho de Pessoas), mais contratação, entre outros. A CEE/Caixa- Contraf/CUT deve divulgar em breve a íntegra das resoluções do 31º Conecef. 

Fonte: Rede Nacional de Bancários