Crédito: Seeb RondôniaA solenidade aconteceu em frente à agência Madeira-Mamoré da Caixa Porto Velho RO - Com a utilização de faixas, camisas pretas e brancas e ao som de uma divertida charanga, os bancários de Rondônia oficializaram o pontapé inicial da Campanha Nacional dos Bancários 2015, que este ano vem com o tema "Exploração Não Tem Perdão". A solenidade aconteceu na manhã desta sexta-feira (14), em frente à agência Madeira-Mamoré da Caixa Econômica Federal, na avenida Carlos Gomes com rua José de Alencar, no Centro de Porto Velho.
A Campanha Unificada deste ano, que tem em sua pauta de reivindicação eixos como reajuste de 16%, valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.299,66 em junho), PLR de três salários mais R$ 7.246,82, terá como bandeira principal a defesa do emprego, pois apesar de obterem lucros recordes - inclusive se comparados aos anos anteriores - e, sobretudo, contrariando a suposta crise econômica nacional, os bancos continuam demitindo de forma indiscriminada e o recente anúncio da compra do HSBC pelo Bradesco traz um iminente risco de mais desligamentos.
"Os banqueiros forçam os bancários à greve e, com isso, empurram os clientes para atendimentos alternativos e que não garantem segurança alguma e ainda são precarizados. Ou seja, os banqueiros exploram, desta forma, não apenas os bancários, mas também a população em geral que busca atendimento nos bancos", afirmou Irineu Almeida, diretor da Regional Ji-Paraná do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO).
"Estamos aqui não somente para lutar pelos nossos direitos, mas também para denunciar as condições precárias e desumanas que assolam o dia a dia do trabalhador bancário dentro das agências. Os recentes lucros anunciados pelas pesquisas do DIEESE comprovam que esta tão anunciada crise econômica não existe no ramo financeiro, e os bancos lucram ainda mais do que nos anos anteriores", destacou Cleiton dos Santos, diretor de Formação Política do SEEB-RO.
Já o secretário geral do Sindicato, Euriale Brasil, se dirigiu diretamente aos clientes e usuários que esperavam na fila que se alongava do lado de fora da agência.
"Este será um ano que vamos lutar pelo emprego, pois a própria Caixa já anunciou que haverá uma política de 'contenção', ou seja, se já existem filas gigantescas com o atual número de empregados na Caixa, com demissões essas filas serão ainda maiores e o atendimento será ainda pior. Portanto queremos que vocês, clientes e usuários, nos apoiem nesta campanha, pois nossa luta não é apenas pelos bancários, mas também pela população que busca um melhor atendimento", conclamou.
"Os bancos brasileiros são os que mais lucram no mundo e eles (os banqueiros) continuam visando apenas o lucro em detrimento ao ser humano. O lucro destes bancos é fruto do suor do bancário e dos próprios clientes, que pagam altíssimas taxas de juros bancários e, mesmo assim, os bancos continuam explorando os trabalhadores, sejam os seus funcionários e empregados, seja o trabalhador brasileiro em geral. É uma exploração que atinge bancários e toda a sociedade e, por isso, estamos aqui, em mais um ano, nessa luta por melhores salários, condições de trabalho e de saúde, exigindo mais segurança e, principalmente, nesta campanha, lutando pela garantia do emprego e pela contratação de mais funcionários. Não queremos greve, o Sindicato não quer a greve, a sociedade não quer greve, mas se não houver consenso com os bancos, teremos que ir para mais uma greve sim, e por isso pedimos a compreensão e o apoio da população que, assim como nós bancários, sofre com o descaso dos bancos", concluiu José Pinheiro, presidente do Sindicato.
Principais reivindicações aprovadas para a Campanha Nacional dos Bancários 2015
* Reajuste salarial de 16%.
* PLR: 3 salários mais R$7.246,82
* Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
* Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
* Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
* Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
* Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
* Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
* Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências, com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
* Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCD's).
Fonte: Seeb Rondônia