(Belém-PA) - Reunião com a superintendência regional Sul da CaixaDurante a caravana realizada no final de fevereiro pelo Sindicato dos Bancários do Pará nos municípios de Marabá, Parauapebas, Canaã dos Carajás e Bom Jesus do Tocantins, muitos problemas estruturais foram identificados nas agências da Caixa Econômica Federal das regiões sul e sudeste do Estado.
Nas cidades visitadas pelos diretores Heider Alberto, Heidiany Moreno e Gilmar Santos, as principais reclamações nas unidades eram feitas pelos empregados terceirizados do banco, sobretudo telefonistas e recepcionistas. Isso porque, em menos de 1 ano, esses trabalhadores já passaram por três empresas diferentes que prestam esses serviços à Caixa: Centrum, Tempus e Staff, sendo que todas elas têm pendências financeiras com os trabalhadores em questão como pagamento de FGTS, depósitos rescisórios, auxílio alimentação e verbas salariais.
“A penúltima empresa terceirizada (Tempus) que atende a Caixa em todo o Estado não deu baixa na carteira desses funcionários, e agora eles foram recontratados pela prestadora de serviços atual (Staff), mas estão trabalhando sem carteira assinada. Essa situação está forçando esses trabalhadores terceirizados a pedir demissão por falta de pagamento. Eles já denunciaram a situação à GILOG/BE, mas até agora a Caixa não deu nenhuma resposta”, informa o diretor do Sindicato e empregado da Caixa, Heider Alberto.
Tesoureiros e caixas são super-explorados - A função de tesoureiro da Caixa no sul, sudeste e demais regiões do Estado passa por uma situação de super-exploração, tendo em vista que em regra geral esses empregados desempenham jornada de trabalho de 10 a 12 horas.
Exemplo disso são as agências da Caixa em Canaã dos Carajás e Ag. Nova Parauapebas. A Ag. Canaã dos Carajás possui apenas 7 empregados e 1 único tesoureiro. A agência tem muito espaᄃo e poucos funcionários para ocupar os postos de trabalho. Resultado: superlotação da agência e extrapolação, diária, da jornada de trabalho.
Essas agências possuem apenas 2 caixas, que deveriam produzir em jornada diária de 6 horas, mas com a grande demanda executam em média 8 horas de jornada de trabalho. Quando precisam sair para o almoço, a agência fica por 2 horas apenas com 1 caixa no atendimento ou o caixa almoça rapidamente, sem realizar o intervalo de 1 hora que é garantido por lei. Ao final do expediente, eles ainda precisam fazer tratamento de malote e de envelope do módulo depositário. Além disso, a atividade executa esforço repetitivo contínuo, o que aumenta os riscos desses trabalhadores adoecerem por LER/DORT.
Sindicato reuniu com SR Sul do Pará - Com tantos problemas observados, o Sindicato aproveitou a caravana para reunir com a Superintendência Regional da Caixa no Sul do Pará para tratar sobre condições de trabalho, contratação de pessoal para as agências da região, assim como sobre assédio moral.
Sobre contratações, o superintendente Gustavo de Moraes Fernandes informou que o quadro é pequeno, mas que antes estava pior. Recentemente foram contratados 10 novos empregados, resultado da visita de um Grupo de Trabalho da matriz do banco que esteve na região e analisou as condições de trabalho nas agências.
O superintendente também informou que a inauguração das novas instalações da agência de Rondon do Pará está prevista para o próximo dia 24 de março. Além disso, antecipou aos dirigentes sindicais que a Caixa aprovou a abertura de novas agências em Breu Branco e Santana do Araguaia. Disse ainda que a previsão de inauguração das novas instalações da agência Marabá é para o mês de abril desse ano. E que o banco quer inaugurar 3 PAB’s na região, onde as cidades beneficiadas serão Tucuruí, Redenção e Xinguara.
O Sindicato cobrou a data de funcionamento da sala de atendimento do banco no shopping Parauapebas, tendo em vista que o aluguel do espaço está sendo pago, porém não utilizado. O banco informou que no local havia problema com o link de internet, mas este foi superado e o espaço já entrará em funcionamento agora no mês de março.
Ainda sobre Parauapebas, a antiga Unidade Temporária de Atendimento, que foi interditada pelo Sindicato no ano passado pela falta de condições de trabalho (CLIQUE AQUI), agora funciona em um novo prédio e alcançou o status de agência, porém com estrutura de pessoal insuficiente. A condição dessa agência é um grande exemplo do avanço da terceirização da atividade fim dentro da caixa, pois conta com quase o mesmo número de empregados (8) e de terceirizados (7), o que é ilegal. Nessa agência os terceirizados (prestadores e estagiários) desempenham todas as tarefas que deveriam ser cumpridas por empregados concursados: abertura de contas, concessão de empréstimos, venda de produtos, etc.
Em relação às denuncias de assédio moral recebidas pelo Sindicato de empregados lotados nas unidades vinculadas à SR Sul do Pará, o superintendente afirmou que irá apurar cada caso. O Sindicato informou que se não houver mudança em relação às posturas inadequadas dos gestores no momento das cobranças exacerbadas e na condução de conflitos no ambiente de trabalho, apresentará a denuncia de assédio moral para a Fenaban. Na ocasião da visita às unidades da região, o Sindicato distribuiu aos empregados e gestores um boletim informativo (CLIQUE AQUI) que esclarece a categoria sobre o que caracteriza a prática do assédio moral e quais providencias devem ser tomadas pelas vítimas.
Fonte: Bancários PA