(Porto Velho-RO) - A exemplo do que vem acontecendo em todos os finais de ano o Santander presenteia seus funcionários com demissões injustificadas por todo o país. O banco espanhol fez demissões em massa em dezembro de 2012, cortando 975 postos de trabalho. De janeiro a setembro deste ano o banco já fechou aproximadamente três mil postos de trabalho e, para piorar, não os preencheu com novas contratações.

Em Rondônia mais quatro postos de trabalho foram fechados no Santander, que possui agências apenas em Porto Velho. Apesar do número reduzido de funcionários na Capital (56), nos últimos 20 dias dois bancários foram demitidos de forma sumária, sem a menor justificativa, e mais dois pediram demissão por não suportarem mais a pressão para cumprimento das metas abusivas (venda de produtos), o que gera estresse, e o adoecimento.

“O modelo de gestão do Santander permanece desrespeitando os trabalhadores. As demissões imotivadas continuam aumentando. As condições de trabalho somente pioram com a falta de funcionários, com as metas abusivas, com o assédio moral, com a insegurança e o adoecimento de muitos colegas. Com tudo isso o atendimento à população só piora”, avalia Clemilson Farias, diretor de Imprensa do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) e funcionário do banco.

O dirigente sindical acrescentou que quando não há a demissão sem justa causa, os trabalhadores chegam a pedir para sair.

“Os trabalhadores pedem a demissão porque já não suportam mais essa rotina diária de pressões pelo cumprimento de metas desumanas, além, é claro, do assédio moral constante que adoece o ser humano. E caso o banco continue demitindo ou pressionando seus funcionários a ponto destes trabalhadores pedirem demissão, o Sindicato vai intensificar as manifestações nas agências onde estes casos estejam ocorrendo”, concluiu Clemilson.

ATENDIMENTO

Com a diminuição do quadro de funcionários, o atendimento aos clientes piorou, mas ainda assim o Santander segue cobrando altas taxas de juros e tarifas exorbitantes. Além disso, o banco tem empurrado clientes para utilizar correspondentes, onde não têm bancários nem vigilantes, precarizando o atendimento e fragilizando a segurança.

O Santander lucrou R$ 6,3 bilhões em 2012. Esse resultado significou 26% do lucro mundial do

Santander. Em nenhum outro país o banco ganhou tanto dinheiro. Mesmo assim, demite para reduzir custos, enquanto paga bônus milionários aos altos executivos e gasta milhões de reais com o patrocínio da Copa Libertadores e da Fórmula 1.

DOIS PESOS E UMA MEDIDA

Se de um lado a empresa elimina postos de trabalho – comprometendo a sobrevivência de milhares de trabalhadores –, de outro é extremamente generosa com seus executivos e com os acionistas. Segundo dados da própria empresa, entre 2010 e 2013, cada um dos integrantes de um seleto grupo do alto escalão teve reajuste de 67% em sua remuneração anual, passando de R$ 4,7 milhões para R$ 7, 9 milhões. Já aos acionistas, para os quais eram distribuídos 1,4 milhão de euros em 2003, receberam 6 milhões de euros em 2012.

Fonte: Seeb/Rondônia - Rondineli Gonzalez