Aumentos na conta de luz - resultado da privatização - chega a 417,33%; CUT-PA exige federalizaᄃão da CELPA já!
Escrito por: CUT-PA
Belém/PA - A CUT-Pa repudia a privatização da CELPA e o efeito nefasto de aumentos na conta de luz no bolso do trabalhador deste então: 417,33%. E exige a federalização-já da CELPA!
1. Neste mês de agosto, um brutal reajuste na conta de luz pesa no bolso da população, no percentual de 34,34%, o maior do país. Além de péssimo, é muito caro o serviço é prestado pela Celpa/Equatorial: quem paga hoje 100 reais, passa a pagar R$134,34.
2. É o 15º reajuste de energia elétrica da Celpa desde a privatização promovida pelos tucanos em 1998, e já acumula um percentual de mais de 417,33% de reajuste desde a privatização, contra uma inflação de 176,75% no mesmo período. Ou seja, a inflação do período não chega à metade do que já pesa o reajuste de luz no bolso do trabalhador, segundo dados do DIEESE!
3. A CUT.Pa denuncia e repudia esse reajuste e todo o processo de privatização feito pelos tucanos e que traz como consequência não termos hoje um serviço essencial como o de energia nas mãos do Estado e sim de empresas privadas sem o menor compromisso com o Pará e sua população. Repudia e exige que a CELPA seja federalizada.
4. A situação da CELPA - Centrais Elétricas do Pará é o resultado mais expressivo do processo de privatização de empresas públicas brasileiras, dirigido por FHC-Fernando Henrique Cardoso, pelo ex-governador Almir Gabriel e pelo atual governador Simão Jatene, que comandou o processo em 1998, na condição de secretário de Planejamento do Pará. Hoje quase falida e em recuperação judicial, a Celpa é o mais recente exemplo danoso da privataria tucana. E presta uma péssimo serviço, liderando as reclamações no Procon que só de janeiro a julho recebeu 1.457 reclamações contra a empresa. Carimbo forte e dantesco dos efeitos da privatização no Pará.
5. Há 16 anos, em 9 de julho de 1998, a Celpa foi vendida por US$ 450 milhões ao grupo Rede Energia, que comprou uma empresa organizada, saudável e cuja saúde financeira sucumbiu em um processo de drenagem dos seus resultados para outras empresas do grupo. Há mais de um ano, o Grupo Rede vendeu a Celpa para a Equatorial que hoje controla a empresa e acelerou um brutal processo de demissões, assédio moral, terceirizações, aprofundando, ao mesmo tempo, a péssima e cara prestação de serviços à população.
6. O primeiro efeito da privatização foi a demissão de mais de 2 mil trabalhadores, parte da qual foi substituída por empregados com salário menores, situação perversa da rotatividade contra a qual a CUT já se posicionou. E recentemente, a Celpa/Equatorial aumentou o processo de demissão. Além da demissão, a nova gestão da Celpa/Equatorial incluiu má administração, terceirização, falta de autonomia e de investimento no sistema, bem como a centralização dos serviços fora do Pará, completamente alheio à realidade Amazônica.
7. Esse conjunto de ações deu um selo à Celpa, em 2010: o inconveniente título de pior distribuidora de energia do país e a que tem as piores condições de trabalho, segundo a Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (ABRADEE). E a mesma má administração e falta de investimento na CELPA é responsável hoje por apagões e prejuízos à população de Belém e dos municípios paraenses, deixando no escuro boa parte do povo do Pará, mesmo com recursos advindos do governo federal
8. O Estado do Pará possui a maior hidrelétrica genuinamente brasileira (Tucuruí), exporta energia para o resto do país, algo em torno de 75%, mas os recursos oriundos desses impostos não ficam no Pará, não beneficiam a população paraense. Então, não pode a população paraense ser penalizada pela falta de compromisso de grupos privados que visam somente o lucro e tarifa elevada. Repetimos: desde a privatização da Celpa, a tarifa de energia no Pará subiu mais de 417,33%, contra uma inflação de 176,75%.
9. Ao mesmo tempo em que repudia o reajuste-assalto e a terceirização, demissões e assédio moral praticados pela Celpa/Equatorial, a CUT.Pa reivindica a federalização-já da CELPA, considerando que existem cerca de 30% de ações da Eletrobrás na Celpa e que o fornecimento de energia elétrica é um direito humano e uma atividade essencial, tendo o poder público grande responsabilidade na continuidade desse serviço.
Belém-PA, 7 de agosto de 2014
CUT-PA