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12 de Janeiro de 2015 às 14:58

12/01/2015 - EDITORIAL. “Há 154 anos, a Caixa é 100% pública. E assim tem de continuar!”


Texto da Fenae lembra que, desde o seu surgimento, banco teve como marca o caráter social. Afirma também que, "para uma empresa que tem como meta o compromisso com o povo brasileiro, cada movimento importa e torna-se vital para a definição de um estilo"

 

“Os primeiros passos, as diversas crises, um sem-número de desafios e esperanças, a vocação de servir aos cidadãos e ao Brasil. Assim é a Caixa Econômica Federal, que nesta segunda-feira, dia 12 de janeiro, completa 154 anos. A história do banco, o maior e o único 100% público do país, começou em 1861, por decreto de Dom Pedro II. Desde o seu surgimento, teve como marca o caráter social. Foi na Caixa, por exemplo, que os negros escravos pouparam para comprar suas cartas de alforria. De lá para cá, a empresa vem sendo construída com muito trabalho e muita luta pelas mãos de homens e mulheres que a dedicam ou a dedicaram boa parte do seu tempo. Hoje, são mais de 100 mil empregados.

“Ao longo de sua existência, a Caixa cresceu e se desenvolveu. Para uma empresa que tem como meta o compromisso com o povo brasileiro, cada movimento importa e torna-se vital para a definição de um estilo. Cento e cinquenta e quatro anos depois, apesar do caminho percorrido ter sido marcado por contradições, a Caixa Econômica Federal atua como um banco público de grande porte, sólido e moderno, sendo o único da América Latina a destinar recursos para a habitação de famílias de baixa renda. É também o maior e principal agente nacional de financiamento da casa própria e de investimento em políticas de desenvolvimento urbano.

“A Caixa é patrimônio do povo brasileiro e ocupa a terceira posição em ativos totais do sistema financeiro nacional (R$ 1 trilhão), segundo informações divulgadas pelo Banco Central, em setembro do ano passado. A empresa, aliás, está presente em cada canto do país e promove aproximações geográficas e sociais. A rede de mais de 70 milhões de clientes e de quase 40 milhões de cadernetas de poupança tem estreita relação com o atendimento de necessidades imediatas da população, por meio de empréstimos, FGTS, PIS, seguro-desemprego, crédito educativo, financiamento habitacional e transferência de benefícios sociais. Tudo isso faz parte da missão da Caixa e é resultado, sobretudo, do trabalho de milhares de bancários e bancárias, nem sempre reconhecido pelas direções do banco.

“Esses números revelam o óbvio: não existe motivo para a abertura do capital da Caixa Econômica Federal. As primeiras notícias sobre o assunto foram veiculadas pela mídia em meados de novembro de 2014, apesar de até o momento não ter havido uma confirmação oficial sobre a sua procedência. A medida, caso seja adotada, levará ao fim da empresa como 100% pública e afetará ainda os programas sociais do governo federal. Afinal, o mercado visa o lucro, ou seja, não terá interesse em ser agente de fomento de políticas de inclusão. Essa ameaça tem tambᄅm a capacidade de trazer de volta um passado que rondou o banco entre 1994 e 2002, quando o mesmo estava sendo preparado para a privatização.

“O futuro reservado para a Caixa é de novos e maiores desafios. Os trabalhadores do banco e suas entidades representativas estão atentos para o caminho que a empresa percorrer. Vão continuar lutando para que o governo desista do projeto de abrir espaço para a iniciativa privada, a pretexto de garantir recursos para reforçar os cofres do Tesouro Nacional. Esse filme já foi visto em outras instituições financeiras oficiais, como o Banco do Brasil, e as consequências são as mesmas de sempre: redução de direitos trabalhistas e precarização de serviços para garantir o lucro dos acionistas.

“Sob pena de fragilizar um patrimônio que é público, urge que o governo Dilma Rousseff aperfeiçoe permanentemente o papel de banco social da Caixa, a serviço do desenvolvimento do país e da melhoria das condições de vida de cada brasileiro. Isto, além de necessário, é vital para que o Brasil continue a assegurar crescimento econômico com distribuição de renda.

“Apenas uma Caixa 100% pública será capaz de combinar concorrência bancária (atuação comercial) com função social para qual foi convocada a desempenhar. A luta das entidades em defesa da Caixa, do aumento do número de agências e de empregados, não objetiva torná-la atrativa para o mercado, mas oferecer cada vez mais Caixa para o Brasil e para os brasileiros”.

Fenae - Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal

 

Fonte: Fenae Net

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