(Dourados-MS) - Os bancários de Dourados e Região, reunidos em assembleia no início da noite desta sexta-feira (11/10), aceitaram a proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e determinaram o fim da greve da categoria.
Categoria de luta, os bancários mais uma vez avançam, e chegam ao 10º ano consecutivo com aumento real para os salários. Após 23 dias de greve, em que deram mostras da sua capacidade de mobilização e organização, os trabalhadores venceram a queda de braço com os bancos que desde o início da Campanha Nacional Unificada 2013 afirmavam que este ano não haveria ganho acima da inflação.
Também foram aprovadas na assembleia Nota de Repúdio a postura de truculência do gestor do BB de Caarapó e contribuição dos bancários para custear as despesas do sindicato com a greve, confira no final da matéria.
Assim, fica aprovado o reajuste de 8% para os salários, vales e auxílios, com ganho real de 1,82%. Os pisos serão reajustados em 8,5%, com ganho real de 2,29% (veja tabelas abaixo). A categoria irá acumular aumento real nos salários de 18,33% e 38,7% no piso, desde 2004.
Maior distribuição de lucro – A regra da parcela adicional irá mudar para melhor. Até o ano passado, os bancos distribuíam 2% do seu lucro líquido. Será, agora, de 2,2%. Além disso, o teto da distribuição terá reajuste de 10%, passando para R$ 3.388. Só para dar uma ideia, esses 0,2% representam R$ 120 milhões do lucro do setor no último ano.
PLR – A regra básica da Participação nos Lucros e Resultados será de 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.694. Assim, a parte fixa, que em 2012 foi de R$ 1.540, será reajustada em 10%, o que significa aumento real de 3,71%.
A regra determina ainda que devem ser distribuídos no mínimo 5% do lucro líquido. Se isso não acontecer, os valores de PLR devem ser aumentados até chegar a 2,2 salários.
Vale lembrar que este ano os bancários já contam com a conquista da PLR sem desconto de imposto de renda para valores de até R$ 6 mil.
Novas conquistas – Os trabalhadores também terão mais uma conquista: o vale-cultura para os que recebem até cinco salários mínimos. Serão R$ 50 por mês a mais para usar em eventos e produtos culturais, de acordo com a lei. Outra nova conquista é um dia de folga a título de abono assiduidade para todos os trabalhadores que ainda não contavam com o direito.
Condições de trabalho – Os bancos estarão proibidos de cobrar metas via torpedo pelo celular do bancário. Também será criado um grupo de trabalho para anᄀlise das causas dos afastamentos por doença ocupacional no setor e para buscar solução de forma que os da ativa não adoeçam.
Os bancos aceitaram reduzir o prazo de apuração do instrumento de combate ao assédio moral de até 60 dias para até 45 dias.
Também fica prevista realização de seminário para discutir as mudanças tecnológicas nos bancos com o objetivo de debater o impacto da tecnologia sobre o trabalho do bancário.
Está mantida a não devolução do adiantamento emergencial de salário dos afastados por doença ocupacional que o INSS considera apto e o banco inapto ao trabalho. Trata-se da cláusula 59, parágrafo 1º, alínea b, que hoje prevê a devolução desse adiantamento com limite mensal de 30% da remuneração líquida. De acordo com o proposto, os bancários não terão mais de devolver esse adiantamento.
Dias parados – Ficou garantido que haverá compensação dos dias parados até 15 de dezembro em no máximo uma hora por dia. Isso representa anistiar 71% dos dias parados.
Específicas do Banco do Brasil também foram aprovadas
Específicas da Caixa também foram aprovadas
Bancários aprovam contribuição para custear custo da campanha
A diretoria do Sindicato propôs na plenária da assembleia que os bancários contribuíssem com os custos da Campanha Salarial
2013. O Diretor Financeiro da Entidade, Ronaldo Ferreira Ramos, fez uma explanação sobre o alto custo da campanha, com alimentação, combustível e apoiadores durante a greve que durou 23 dias.
Segundo levantamento preliminar apresentado os custos da campanha neste ano foram de cerca de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).
A proposta da diretoria, apresentada pelo diretor financeiro e aprovada por unanimidade dos presentes na assembleia consiste na doação para o sindicato, para o custeio da campanha, de 50% da parte do Imposto Sindical a ser devolvido aos bancários neste ano, o que corresponde a cerca de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).
Nota de Repúdio – A plenária da assembleia aprovou ainda uma nota de repúdio contra as práticas antissindicais e a truculência do Banco do Brasil, agência de Caarapó(MS), praticadas durante a greve nacional 2013. Confira abaixo a nota na íntegra:
Bancários aprovam Nota de Repúdio contra truculência do Banco do Brasil
Reunidos em assembleia no início da noite desta sexta-feira (11/10), os bancários da base sindical de Dourados e Região, composto pelos municípios de Dourados, Caarapó, Juty, Fátima do Sul, Vicentina, Jatei, Glória de Dourados, Deodápois, Itaporã, Douradina, Rio Brilhante, Nova Alvorada do Sul e Maracajú, vêm a público manifestar o seu mais veemente repúdio às práticas antissindicais e a truculência praticada pelo gestor da agência do Banco do Brasil de Caarapó(MS), durante a greve nacional dos bancários 2013.
Por mais de uma vez, o mesmo tentou intimidar os trabalhadores que democraticamente exerciam o seu direito constitucional de se manifestar e fazer greve, que fora aprovada em assembleia dentro dos preceitos legais e por mais de 80% dos presentes na sede do Sindicato dos Bancários em Dourados e Região no dia 18/09/2013, com participação massiva da categoria.
O gestor da agência, no dia 27/09, já sendo a segunda vez seguida, utilizou-se da Polícia Civil daquele município para tentar intimidar os manifestantes e acabar com o movimento. Policiais esses, chamados pelo mesmo e comandados pessoalmente pela “autoridade” do delegado da cidade estiveram no banco e deram voz de prisão a dois dirigentes do Sindicato que, detidos foram levados à delegacia.
Novamente em assembleia, desta feita para avaliar e deliberar sobre a proposta apresentada pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) na mesa única e, pela Caixa e Banco do Brasil nas mesas de negociação específicas, os bancários protestam veementemente contra essa postura ditatorial e exclusiva do gerente do Banco do Brasil de Caarapó(MS), já que em nenhum outro local dos 13 municípios que compõe a base sindical de Dourados houve problemas ao menos parecido com esse. Desta forma a plenária da assembleia vota e aprova a referida nota de repúdio contra a truculência acima descrita.
Dourados(MS), 11 de outubro de 2013
Plenária da Assembleia realizada na sede do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região.
Fonte: Seeb-Dourados e Região, por Joacir Rodrigues