Brasília - Reunidos em seminário na sexta-feira (8), na Legião da Boa Vontade (LBV), os bancários e bancárias do BRB, representados pelos delegados sindicais de diversas unidades do banco, discutiram e definiram a pauta de reivindicações específicas da instituição financeira para a campanha salarial 2014/2015. Ao final do seminário, em assembleia com a participação de muitos outros funcionários além dos delegados sindicais, aprovaram por unanimidade a proposta de pauta apresentada.
Seminário
O seminário, que teve início às 10h, contou inicialmente com um painel sobre conjuntura política e econômica, com a participação da deputada federal e bancária Erika Kokay, que fez uma exposição sobre a conjuntura política na qual se desenvolverá a campanha salarial deste ano.
A deputada fez ainda um resgate da história do BRB nos últimos anos, e demonstrou como a capacidade de organização dos funcionários do banco foi fundamental para a permanência do BRB, com a força e a pujança hoje demonstradas. Segundo a parlamentar, os governos que se sucederam não demonstraram com clareza o que querem com o banco, chegando ao absurdo na gestão Arruda, que optou pela venda do BRB: “a impressão é que o governo nunca sabe direito o que fazer com o banco. Se não fossem os trabalhadores, a instituição já teria sido vendida há tempos”. Erika abordou também a importância de uma diretoria comprometida com o banco e com seus funcionários. Lembrou que já passou da hora de o BRB ter um ou uma presidente (a) originário da instituição, e mostrou como isso foi importante no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal: “a Caixa e o BB, por exemplo, já tiveram servidores no cargo máximo por várias vezes. O BRB nunca teve. É muito importante fortalecer os trabalhadores da base do banco”, concluiu.
Seguindo o seminário, o economista Pedro Tupinambá, da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Sindicato dos Bancários de Brasília, fez uma exposição sobre o cenário econômico do país e a situação dos bancos a partir de seus balanços do ano de 2013 e do primeiro semestre de 2014.
Sobre o BRB, o economista utilizou dados de 2013 e do 1º trimestre de 2014, visto que o banco ainda não publicou o balanço de todo o primeiro semestre. A apresentação de Pedro demonstrou um recuo no resultado do BRB, o que contrasta com o sistema como um todo, que, apesar do baixo crescimento da economia, continua agregando ganhos substanciais.
Pedro demonstrou também uma estratégia do BRB parecida com a dos demais bancos de apostar no incremento da abertura de conveniências em detrimento de mais contratações: “percebemos que o banco passou a adotar a prática de abrir novos correspondentes, o que é preocupante, pois os profissionais desses postos não recebem os mesmos benefícios dos trabalhadores do banco e ainda correm risco pela falta de segurança e assédio moral.
No total, foram contabilizados 309 correspondentes em 2013, contra 119 em 2010. Em relação às agências, foram observadas 109 no ano passado contra 103 em 2010, praticamente o mesmo número” ressaltou.
Quanto ao resultado, a apresentação de Pedro demonstrou que o lucro líquido do BRB foi de R$ 37,7 milhões no primeiro trimestre de 2014, uma queda de 36,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
‘Repensando Estrategicamente o BRB’
Na parte da tarde, o secretário de Bancos Públicos da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), André Nepomuceno, que também é funcionário do BRB, conduziu uma discussão sobre o grande seminário ‘Repensando Estrategicamente o BRB’, que o Sindicato dos Bancários, a Fetec-CUT/CN, o BRB Clube, A AFA BRB, e a AABR estão organizando, cuja realização será no dia 28 de agosto.
“No seminário do dia 28, será discutido o futuro do banco, a partir das percepções dos funcionários, especialistas e setores da sociedade do Distrito Federal, principalmente o setor produtivo”, disse André. Ele ressaltou ainda que deste seminário sairá um documento com o intuito de dialogar com os candidatos a governador do DF. “Pretendemos apresentar uma proposta concreta de banco público, inserido no contexto de geração de emprego e renda, para quem almeja governar o DF”, concluiu André, que está à frente da organização do seminário, juntamente com profissionais qualificados da Universidade de Brasília (UnB).
Em seguida, se passou a debater a proposta de pauta de reivindicações específicas do BRB para a campanha salarial. O índice de reivindicação será o mesmo da Campanha Nacional, 12,5%, visto ser este o mesmo para todos os bancos, dentro da estratégia de mesa geral com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e mesas específicas com os diversos bancos. Após longo debate, os bancários reunidos no seminário deliberaram pela pauta, cujas principais cláusulas são:
- Elevação do piso dos analistas de TI para valor previsto na primeira versão do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), corrigido para esta data-base de acordo com os índices aplicados nas datas-bases de 2012 e 2013;
- Melhoria dos equipamentos e leitoras eletrônicas dos caixas, bem como do mobiliário, observando aspectos de saúde e ergonômicos;
- Eleição de um funcionário para o Conselho de Administração do BRB, conforme já ocorre no âmbito federal, no BB e na Caixa;
- Ampliação da validade dos abonos-assiduidade para três anos, com possibilidade de conversão em espécie, caso não seja possível usufruí-los dentro deste prazo;
- Extensão de benefícios aos aposentados, tais como tíquete e cesta-alimentação e pacote de serviços;
- Instituição de comissão paritária para verificar critérios e acompanhar casos de transferência, descomissionamento e ainda incorporação administrativa de função comissionada ou atividade gratificada conforme previsto em regulamento de pessoal;
- Fim da lateralidade na Direção Geral.
Assembleia
Após o seminário, o Sindicato realizou assembleia que deliberou pela aprovação da pauta de reivindicações específica do BRB. A assembleia contou com a participação de diversos outros funcionários, além dos delegados sindicais, pois para estes houve a liberação do ponto para participação em todo o seminário. Ao final da assembleia, o secretário de Estudos Socioeconômicos do Sindicato, , Cristiano Severo, também funcionário do BRB, falou sobre a entrega da pauta: "a diretoria do Sindicato entregará a pauta de reivindicações específicas para o BRB nos próximos dias e iniciará as negociações da pauta construída em acordo com os bancários que estão na base. Neste momento, nossa mobilização é fundamental para sairmos vitoriosos da Campanha”.
Deliberação sobre o PCCR
Por ocasião da assembleia, outro assunto foi colocado em pauta, conforme edital divulgado em jornal de grande circulação no DF e também no site e informativo do Sindicato: as alterações no encarreiramento do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), de acordo com discussões que ocorrem desde fevereiro deste ano com o banco.
Os presentes deliberaram por remeter este assunto para outra assembleia que será realizada nesta terça-feira (12), na sede do Sindicato, às 18h30, por entenderem que o assunto carece de maior discussão na base. Desta forma, o debate e a deliberação sobre as alterações no encarreiramento do PCCR ficou para outra data.
Segundo o diretor do Sindicato Antonio Eustáquio, também funcionário do BRB, “esta deliberação deve necessariamente passar por aprovação de assembleia, pois nosso plano de carreira é fruto de um acordo coletivo, e qualquer alteração precisa de nova assembleia. É importante os bancários do BRB debaterem o assunto para todos estarmos esclarecidos para assembleia desta terça (12), e o definirmos”, concluiu.
Fonte: Seeb/Brasília - Da Redação
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