Notícias

home » notícias

10 de Outubro de 2013 às 09:06

10/10/2013 - Luiz Gushiken é homenageado em sessão solene dos 25 anos da Constituição Cidadã


A destacada atuação na promoção da cidadania e do fortalecimento das instituições democráticas rendeu ao bancário, sindicalista, deputado e ministro Luiz Gushiken, falecido em 13 de setembro deste ano, a medalha Ulysses Guimarães. A cerimônia de outorga da comenda ocorreu em sessão solene destinada a render homenagem aos 25 anos da promulgação da Constituição Federal de 1988, realizada no plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (9).

A homenagem foi recebida pela esposa de Luiz Gushiken, Elisabeth Gushiken.

Fundador e dirigente do PT e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Gushiken esteve à frente da maior greve nacional dos bancários, em 1985.
À época da paralisação, defendeu salários dignos e melhores condições de trabalho, conquistando vitórias importantes para a categoria, como o tíquete-refeição e o auxílio-creche/babá, até hoje direitos assegurados na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Trajetória de lutas

De 1970 a 1999, foi funcionário do antigo Banespa, adquirido pelo Santander no processo de privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC). Gushiken sucedeu Augusto Campos e presidiu o Sindicato dos Bancários de São Paulo (1984 a 1986), atuando de forma ativa contra a ditadura militar, pela redemocratização do país e em defesa da categoria bancária.

"Para bem exercer o poder é preciso ao mesmo tempo gostar de exercê-lo e igualmente ter desprendimento em relação a ele", dizia Gushiken. E poucos exerceram com tanto talento e humildade.

Ele também ajudou a organizar o Departamento Nacional dos Bancários da CUT, que deu origem à Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT) e mais tarde à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Ex-presidente do PT, foi eleito deputado federal por três vezes (1987-1990, 1991-1994 e 1995-1999), tendo sido deputado constituinte e ajudou a construir a Constituição Cidadã de 1988, atualmente em vigência no país.

Foi também coordenador da campanha vitoriosa de Lula em 2002, tendo sido ministro-chefe da Secretaria de Comunicação no primeiro mandato, onde foi autor de uma campanha de resgate da autoestima do brasileiro, cujo slogan era "Sou brasileiro, não desisto nunca".

Depois de deixar a Secretaria de Comunicação, Gushiken passou a ocupar a chefia do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República, de onde se demitiu em novembro de 2011.

Em 2005, foi acusado de participação no suposto esquema do mensalão. Sete anos depois, foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de todas as acusações.

O senador Eduardo Suplicy, durante emocionado discurso na tribuna do Senado em 10 de setembro, lamentou a ausência de qualquer reparação, pela mídia, das acusações veiculadas.

O senador lembrou o "depoimento exemplar" de Gushiken à CPI que investigou o caso. Lembrou que o Ministério Público escondeu documento que provava a inocência de Gushiken. "Foram 3.285 dias em que sua honra foi pisoteada, com requintes de crueldade", afirmou o senador.

Gushiken atuou na corrente Liberdade e Luta (Libelu), braço estudantil da Organização Socialista Internacionalista (OSI), de orientação trotskista. Devido à ascendência nipônica, era chamado de “China” pelo ex-presidente Lula.

Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília


Notícias Relacionadas