Brasília - O Sindicato dos Bancários de Brasília protocolou no Ministério Público, nesta quinta-feira (09), denúncia contra a Caixa Econômica Federal, cobrando transparência e ética no processo para constituição de bancos de habilitados para os cargos de assistente e consultor, que vem sendo realizado desde abril de 2015. Os bancários vêm fazendo críticas diárias em relação às falhas na elaboração, aplicação e divulgação dos resultados das provas.
O secretário de Formação Sindical e empregado da Caixa, Antonio Abdan, destaca que o Sindicato acredita na via negocial para poder resolver pendências entre os trabalhadores e a Caixa. “Entretanto, quando a intransigência fala mais alto e a empresa se recusa a negociar, não temos outra opção a não ser buscar ajuda junto à Justiça. O que não podemos permitir é que um processo mal conduzido prejudique a maioria dos empregados”, frisa Abdan.
Para Wandeir Severo, secretário de Finanças do Sindicato, a enorme quantidade de reclamações evidencia que o processo para constituição de bancos de habilitados não foi bom. “Além disso, até mesmo os aprovados procuraram o Sindicato porque não concordaram com a forma que a prova foi elabora e aplicada”, observa.
O também empregado da Caixa acrescenta: “E para piorar já começaram a chegar denúncias de aberturas de PSIs (Processo Seletivo Interno) sem a utilização do famigerado banco, evidenciando a tentativa de favorecimento”.
Durante o protocolo da denúncia, os dois diretores do Sindicato e o advogado da LBS (empresa de advocacia que representa o Sindicato), Vitor Godoi, foram recebidos pelo procurador regional do Ministério Público do Trabalho no DF e no Estado de Tocantins, Adélio Justino Lucas, que tomou conhecimento do teor da denúncia.
Condução do processo
De acordo com a denúncia protocolada pelo Sindicato, o problema não está na realização de prova, que inclusive é uma reivindicação antiga da categoria e sim, na forma como esse processo é realizado. Foi destacado que os problemas que merecem acareação por parte do Ministério Público do Trabalho são:
-- A falta de transparência, uma vez que o “edital” do processo estabelece que cópias das provas e gabarito não serão fornecidos. Recursos e revisões de nota também não serão permitidos.
-- Nível de dificuldade elevado aliado à prova mal formulada. Apesar do grau de dificuldade ser igual para todos os que concorrem à função, o nível elevado da prova dificulta ao candidato a possibilidade de ascensão dentro da empresa.
O Sindicato também destacou que o processo contribui para a existência de fraudes, pois, segundo as regras fornecidas pela instituição bancária, “a aplicação das avaliações acontecerá na metodologia à distância, via web, em ambiente virtual cujo acesso será disponibilizado aos candidatos.
Além disso, os empregados realizarão as avaliações a partir de seus locais de trabalho, em ambiente físico Caixa. A avaliação terá duração total de 2h30, que serão considerados a partir do acesso do candidato ao ambiente de prova, antes mesmo da liberação pelo gestor responsável.
Também foi ressaltado na denúncia que os candidatos realizarão a avaliação sob a supervisão de um empregado ocupante de função gratificada de natureza gerencial de sua unidade de lotação física, que será responsável pela abertura, acompanhamento e fechamento da avaliação.
O Sindicato acredita que, apesar de a necessidade de um empregado com função liberar o acesso à prova, nada garante que esse empregado supervisionará o candidato durante toda a avaliação. Não há garantia de fiscalização quanto a consultas indevidas ou se o candidato receberá ajuda externa.