Brasília - Em protesto contra o crescente número de demissões, bancárias e bancários do Itaú fecharam, por duas horas, as agências 506 Sul, Parque Cidade Corporate e Setor Hospitalar Sul. O ato, realizado na manhã desta quinta-feira (9), contou com apoio do Sindicato dos Bancários de Brasília e da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN),
“Estas demissões não se justificam, pois o banco tem obtido um lucro cada vez maior. Só no último trimestre foram mais de R$ 5 bilhões. O Itaú fala tanto em responsabilidade social, mas não cumpre esse papel com relação ao seu quadro de funcionários”, afirmou Louraci Morais, diretora do Sindicato e bancária do Itaú.
Nas últimas semanas, foram registradas 12 demissões no Distrito Federal, todas imotivadas. Somente no segmento Personnalité, foram demitidos oito gerentes em um único dia. Durante o primeiro semestre deste ano, no DF, 66 bancários perderam seus empregos.
Segundo Louraci, além das manifestações nas agências, o Sindicato também irá denunciar essas arbitrariedades ao Ministério Público do Trabalho. “O crescente número de demissões acaba por acarretar uma sobrecarga de trabalho para quem fica, impactando na qualidade de vida não só dos bancários, mas dos clientes”, completou.
Mais contratações
Bancários e bancárias do Itaú também estão reivindicando mais contratações de funcionários e mais investimentos na melhoria das condições de trabalho de quem presta serviço à sociedade.
Nesse sentido, conforme conta o secretário Social e Cultural do Sindicato, Sandro Oliveira, o movimento sindical tem atuado de todas as formas possíveis, intervindo contra as demissões que provocam o caos e, consequentemente, o adoecimento dos bancários.
Para Sandro, a prática do banco não condiz com a realidade do país que precisa de empresas que tenham responsabilidade social e gerem mais emprego. “Mesmo ocupando o primeiro posto no ranking da lucratividade, o banco continua com a política de demissão e de assédio moral para que se cumpram as metas abusivas impostas. O compromisso do banco não deve ser apenas o lucro pelo lucro”, ressaltou.
Segurança bancária
Além de mais contratações, o Sindicato tem cobrado da instituição bancária o cumprimento da legislação que garante segurança às pessoas que circulam dentro nas agências e unidades bancárias. Segundo informações da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), o Itaú ocupou o primeiro lugar no índice de infrações cometidas contra segurança bancária.
“Mesmo com lucros exorbitantes, o banco continua burlando as normas de segurança bancária e reduzindo o número de vigilantes nas agências. Isso é preocupante, pois expõe não só os funcionários, mas os clientes também. O Sindicato continua atento e, juntamente com a Polícia Federal, por meio do Coletivo de Segurança Bancária, tem fiscalizado a atuação do banco”, assegurou Raimundo Dantas, diretor do Sindicato e integerante da CCASP.
Rosane Alves
Do Seeb Brasília