Brasília - A segunda rodada de negociação específica da campanha salarial 2015, realizada na sexta-feira, 4 de setembro, foi marcada por vários ‘nãos’ da Caixa Econômica Federal. Em um tema, porém, pode estar surgindo um avanço significativo. Trata-se da reivindicação, apresentada pelos representantes dos trabalhadores, para que seja criado um Grupo de Trabalho paritário, composto por representantes da Contraf/CUT e do banco, para debater e buscar soluções para os problemas enfrentados pela Funcef. A Caixa ficou de analisar a solicitação.
A ideia é que o GT trate de temas como o equacionamento do déficit do REG/Replan saldado e não-saldado, governança, contencioso judicial e planos de benefícios, entre outros. Sobre o contencioso, na reunião de sexta, membros da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Contraf/CUT e o Comando Nacional dos Bancários, ressaltaram que as ações judiciais impactam sobremaneira os resultados da Fundação. Segundo a Funcef, em 2015 já estão provisionados cerca R$ 1,8 bilhão para risco de condenação provável. Mas considerando-se também os riscos possível e remoto, o montante é de R$ 8,9 bilhões.
“Nós da Fenae entendemos que esse será um espaço muito importante, porque a situação da Funcef demanda debates qualificados e com a contribuição dos participantes e das entidades que os representam. É preciso buscar avanços na governança, assim como uma solução definitiva para o contencioso judicial, que é fruto do passivo trabalhista da Caixa. Inclusive, também cabe à Funcef cobrar que isso seja resolvido”, afirma o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.
Fabiana Matheus, coordenadora da CEE/Caixa e diretora de Administração e Finanças da Fenae, lembra que no passado outros avanços na gestão da Funcef vieram com Grupos de Trabalho paritários, como o que se pretende criar agora. “Foi o caso da reforma do Estatuto da Fundação, do saldamento do REG/Replan, da criação do Novo Plano e, mais recentemente, da incorporação do REB pelo Novo Plano. Sempre colaboramos com as discussões, e agora não será diferente. Afinal, a Funcef é de todos nós, participantes e assistidos. Esperamos que a Caixa atenda à reivindicação de criar esse novo colegiado”, diz.