Brasília - Nesta sexta-feira (5) foi reeditado o Fórum em Defesa das Estatais do DF, formado pelo Sindicato dos Bancários (representando o BRB), o Stiu, dos eletricitários (representando os trabalhadores da CEB) e o Sindágua (representando os trabalhadores da Caesb).
Na primeira reunião foram discutidas estratégias conjuntas para lutar contra o PLC 467, enviado para a Câmara Legislativa pelo governador Rollemberg. O projeto permite ao GDF vender participação acionária nas empresas BRB, CEB e Caesb. Conforme artigos do projeto, o governo pode vender toda a participação acionária representada por ações preferenciais e até 49% das ações ordinárias, que dão direito a voto nas assembleias das empresas. Por ele, a maior parte do capital destas empresas pode ser vendida, o que abre a porta para uma privatização efetiva.
Ficaram definidas na reunião as seguintes ações:
1 – Realização de uma assembleia do Sindágua nesta terça-feira (9), a partir das 9h, em frente à Câmara Legislativa, para cobrar dos deputados o arquivamento do projeto. A assembleia já estava marcada antes da reunião, por isso representantes dos Bancários e do Stiu concordaram em se aliar a esta iniciativa. Todos os bancários estão convidados a participarem da assembleia.
2 – Realização de um ato público em frente ao Palácio do Buriti na próxima segunda feira (15), às 10h. Os bancários também devem comparecer em peso para demonstrar sua indignação contra esta iniciativa que ataca as empresas estatais do DF. E por tabela o BRB.
3 – Publicação de material para ser distribuído para a população, apontando o desastre que a venda de ações destas empresas pode significar, tais como piora de serviços, aumento de tarifas, aumento de terceirização etc. Tão logo este material esteja pronto, o que deve acontecer até o final desta semana, os três sindicatos farão uma agenda conjunta de atos públicos em locais de grande concentração como feiras e rodoviárias, para distribuí-lo e dialogar com a população do DF, a verdadeira dona destas empresas.
4 – Entrega de um ofício ao governador Rollemberg, solicitando uma audiência com os trabalhadores das empresas, para que ele possa explicar o projeto e ouvir o que os empregados pensam a respeito. Em sua campanha para se eleger, o então candidato Rollemberg afirmou que pautaria sua gestão pelo diálogo permanente com a população, e é isso que os trabalhadores das três empresas querem: ser ouvidos.
5 – Elaboração de um relatório com dados técnicos das três empresas (BRB, CEB e Caesb), que apontam a impropriedade de se vender ações destas empresas da forma que o governo quer com o referido projeto. Este relatório será entregue aos deputados distritais.
“Queremos discutir com os parlamentares, com o governo e com a sociedade este projeto, e mostrar a inadequação de se fazer esta venda, pela forma que o governo quer e pelo momento em que pretende fazer isto. Apenas para tomar como exemplo, a Sabesp, empresa de água do Estado de São Paulo, passou por processo semelhante, e o que se viu foi uma redução drástica nos investimentos, fazendo com que a população do Estado passe pelo racionamento que está passando”, diz Antonio Eustáquio, diretor do Sindicato, funcionário do BRB e representante da entidade sindical no Fórum.
“Não nos opomos à simples abertura do capital do BRB. Porém, o GDF deve primeiro valorizar o banco, tomando iniciativas que o tornem mais atrativo, e, ao abrir o capital, manter o controle do capital social total. Deve também utilizar os recursos advindos da abertura de capital para capitalizar o próprio banco, e não para fazer caixa para o GDF. Da forma que o governo enviou o projeto para a CLDF, além do momento inadequado para a venda e da forma de alienação do capital, esta venda se destina unicamente a fazer caixa para o governo. Seria como vender uma casa para pagar dívidas, e depois ter de pagar aluguel. É uma atitude burra”, conclui Eustáquio.
Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação