(Brasília) - Dispostos a fazer frente aos desmandos da direção do Banco do Brasil, que insiste em descumprir a jornada de seis horas, retirar benefícios de funcionários doentes, realizar reestruturações constantes sem dialogar com seu corpo funcional, entre outros graves problemas, os bancários e bancárias da instituição financeira se reuniram em assembleia na noite desta quinta-feira (8) na sede do Sindicato. Na ocasião, foram escolhidos 38 delegados para representar a base de Brasília no 25º Congresso Nacional dos Funcionários do BB.
Durante o Congresso Nacional dos Funcionários do BB, que será realizado dias 6, 7 e 8 de junho em São Paulo, os trabalhadores definirão a pauta específica que será entregue à direção do banco.
“São graves os problemas enfrentados pelo funcionalismo do BB. E para solucioná-los o Sindicato e os delegados escolhidos para representar os bancários de Brasília no Congresso Nacional dos Funcionários percorrerão as unidades para mobilizar os trabalhadores”, explica o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, ao lembrar que este momento é crucial para a categoria. “Chegou a hora de unir forças para que possamos ampliar as conquistas na Campanha Nacional deste ano”, acrescentou Araújo, que também é bancário do BB.
Campanha mais ágil
Com o objetivo de tornar a Campanha Nacional dos Bancários mais ágil e dinâmica, o Sindicato adotou novo formato de mobilização unificada. A ideia é ampliar os debates internos da categoria. “Mesmo com a mudança, nossos fóruns continuam democráticos e abertos ao debate para que todos os trabalhadores possam participar”, afirmou o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Wescly Queiroz, que também é bancário do BB.
Apesar dos lucros recordes obtidos nos últimos anos, a direção do BB insiste em práticas que sobrecarregam os trabalhadores, aumentam o número de funcionários afastados por doenças relacionadas aos trabalho e ampliam o assédio moral em praticamente todas as unidades de trabalho.
Confira, abaixo, algumas reivindicações que serão encaminhadas pelo Sindicato para o Congresso Nacional dos Funcionários do BB:
Um BB com igualdade de oportunidades e seleções com critérios transparentes
Para acabar com o clientelismo e ampliar a participação de negros, mulheres e outros grupos constantemente excluídos nos processos de ascensão profissional, os bancários lutam por critérios transparentes e objetivos no preenchimento de todas as funções dentro da empresa.
Banco público, que respeite a população e os funcionários
Os bancários exigem a contratação de funcionários, preenchendo assim as milhares de vagas existentes na empresa e diminuindo a sobrecarga de trabalho e a superlotação das agências.
Manutenção dos direitos dos funcionários em licença saúde
Os funcionários que se ausentam para tratamento médico precisam ter garantidos todos os seus direitos, como auxílio alimentação, participação nos lucros e permanência na função comissionada em seu retorno.
Fim do assédio moral
O BB precisa coibir as práticas de assédio moral na instituição, através da apuração efetiva das denúncias e atuação contra os maus gestores. Para isso, se faz necessária uma ouvidoria interna vinculada ao conselho de administração, com autonomia para averiguar as denúncias.
Os trabalhadores lutam pela garantia de direitos nas reestruturações
Os bancários lutam para que a remuneração e a permanência na mesma praça sejam garantidos em todos os casos de reestruturação nas unidades. Cobram também que toda reestruturação seja negociada com os sindicatos.
Cumprimento da jornada de seis horas sem redução de remuneração
O BB aumenta a cada dia seu passivo trabalhista, mantendo funções comissionadas com jornada de oito horas, descumprindo a legislação trabalhista. Os bancários querem um BB que cumpra a lei.
Cassi e Previ para todos
Todos os funcionários do BB devem ter direito à Cassi e Previ.
Fim do incentivo para desligamento de executivos e do bônus
Os bancários querem o fim dos bônus e dos programas de desligamento de executivos, que destinam milhões de reais para engordar as contas já robustas dos altos executivos.
Proteção ao funcionário em função comissionada
Os bancários lutam pelo fim do descomissionamento por ato de gestão e pela incorporação do valor da função na remuneração fixa.
“Com o apoio dos bancários, lutaremos para que nossas demandas sejam acatadas pela direção do banco. Não é uma tarefa facial. Mas, com a união de todos, certamente teremos mais chances de ampliar nossas conquistas”, destacou o diretor do Sindicato Kleytton Morais, que também é bancário do BB.
Congresso da Fetec-CUT/CN
“Este ano, realizaremos o primeiro congresso regional dos trabalhadores que integram a base da Fetec-CUT/CN com o intuito de unificar nossa luta e levar uma pauta unitária para os congressos nacionais do Banco do Brasil e da Caixa. Uma única pauta de reivindicações fortalece a luta à medida que une os trabalhadores em prol de um objetivo comum. Contamos com a participação maciça dos bancários e bancárias”, convida o presidente da Fetec-CUT/CN, José Avelino.
O congresso da Fetec-CUT/CN será realizado dias 23 e 24 de maio (sexta e sábado), em Brasília.
Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília