Vagner Freitas denuncia a desregulamentação do mercado de trabalho e pede fim do financiamento privado de campanha para conter influência política do empresariado e ataques aos direitos trabalhistas
por Redação da RBA
São Paulo – Para o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, o PL 4.330, em tramitação na Câmara dos deputados, que regulamenta a terceirização, "significa acabar com a carteira assinada e com os direitos trabalhistas". Vagner Freitas esteve em Brasília ontem (7) para as manifestações dos trabalhadores que buscam barrar a aprovação do projeto e falou à repórter Thelma Torrecilha, da Rádio Brasil Atual.
"Pura e simplesmente, desregulamenta todo o mercado de trabalho. Por exemplo, o trabalhador no Bradesco, na Ford, Mercedes, Bombril pode ser demitido e essas empresas podem contratar um terceiro para fazer o trabalho dos contratados, obviamente, ganhando metade do salário, com metade dos benefícios", afirma Freitas sobre os impactos da proposta.
O presidente da CUT diz que, no caso da aprovação do projeto de lei, o "empregador só vai assinar a carteira do empregado se quiser", e ressalta que os terceirizados são, ainda, os que estão mais expostos a doenças e morte no ambiente de trabalho.
"É isso que vai acontecer. É o famigerado projeto do (ex-deputado) Sandro Mabel (PMDB-GO) que, agora, foi remodelado por Paulinho Pereira (SD-SP) e Arthur Maia (SD-BA), fazendo uma atrocidade, tirando direitos do trabalhadores”, afirma Vagner Freitas.
Para o presidente da CUT, a colocação desse projeto de lei na pauta da Câmara dos Deputados mostra a necessidade de acabar com o financiamento empresarial das campanhas e promete denunciar os deputados que votarem a favor do PL da terceirização.
"Esses deputados estão devolvendo o que foi financiado pelas empresas e empresários inescrupulosos que querem, agora, arrebentar com o mercado de trabalho, retirar todos os direitos dos trabalhadores, para ter mão de obra barata à sua disposição. Eles esquecem que podem ter o dinheiro dos empresários, mas vão precisar do voto do trabalhador."
Freitas disse que, além de impedir a votação, os movimentos sindicais e sociais querem a abertura de negociações e exigem a retirada do projeto de um parágrafo que determina que qualquer contrato de trabalho no Brasil pode ser terceirizado. "Isso arrebenta todo o processo do mercado de trabalho; esse parágrafo precisa ser retirado imediatamente para começar qualquer negociação", afirmou.
Confira aqui a entrevista completa da Rádio Brasil Atual: