Belém PA - O dia 7 de abril de 2015 foi marcado pelo Dia Nacional de Luta contra o PL 4330 das terceirizações, de autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), e a categoria bancária do Pará esteve representada nas mobilizações organizadas pela CUT, CTB, MST, UNE, dentre outras entidades e movimentos sociais em Brasília e em Belém nessa terça-feira, para barrar a votação do Projeto de Lei que visa, exclusivamente, a precarização das relações de trabalho no país.
Em Brasília, a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim, o vice-presidente da entidade, Marco Aurélio Vaz, juntamente com as/os dirigentes sindicais, Gilmar Santos, Tatiana Oliveira, Sérgio Trindade, Eliana Lima, Cristiano Moreno e Luiz Otávio Pereira, estiveram presentes na manifestação realizada no Congresso Nacional, viram de perto e também sofreram com a truculência da Guarda Legislativa, a mando do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e da Guarda e da PM do Distrito Federal. Guardas, inclusive, que estavam sem a identificação nominal, indício de que iriam para o embate violento contra os trabalhadores e trabalhadoras presentes na manifestação.
E foi o que realmente ocorreu. Cassetetes, sprays de pimenta, taser (arma de choque), bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha foram disparadas contra os trabalhadores e trabalhadoras de forma indiscriminada. Sobrou até para o deputado federal Vicentinho (PT-SP), que apoiava a manifestação, e também para a secretária nacional de mulheres da CUT, Rosane Silva, agredida por homens da Guarda Legislativa no saguão de entrada da Câmara. Um militante do Sindicato dos Bancários de São Paulo ficou com o rosto desfigurado pela agressão policial, e sua imagem ganhou as redes sociais.
“Foi um absurdo o que vivemos em Brasília nessa terça-feira. O Congresso, a mando de Eduardo Cunha, se fechou para os trabalhadores e trabalhadoras, que foram recebidos com uma violência sem tamanho. Nós estamos aqui porque não aceitamos a terceirização das áreas fim, não aceitamos o fim dos concursos públicos, não aceitamos o fim da representação sindical, não aceitamos a precarização do trabalho em nosso país. Nós estamos aqui para defender a classe trabalhadora brasileira”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.
“Apesar de toda a repressão da bancada de oposição nós não iremos arredar o pé em defesa dos direitos da classe trabalhadora. A truculência esse ano está pior do que em 2013, mas nada nos desanima ou nos faz desistir. Seguiremos firmes até a vitória”, destaca o diretor de saúde do Sindicato, Gilmar Santos.
Em Belém, a CUT realizou um ato em São Braz no final da tarde e reuniu sindicatos, estudantes, dentre outros movimentos sociais na manifestação. O Sindicato dos Bancários esteve presente.
“O PL 4330 é nocivo porque precariza a relação trabalhista. A julgar pela representatividade do congresso, há chance sim dela ser aprovada. Há anos o assunto está sendo posto em debate, e a conjuntura atual favorece a sua aprovação. É um projeto ruim para os terceirizados e para quem hoje é contratado”, disse a delegada sindical e bancária, Salete Gomes.
Congresso contra a Classe Trabalhadora - Por volta das 22h de ontem (7) se encerrou o debate no plenário da Câmara sobre a urgência pedida pelo deputado Eduardo Cunha, que coloca o PL 4330 na ordem do dia e liberado para votação.
Dessa forma, o texto do projeto será votado nesta quarta-feira (8) em sessão extraordinária às 9h e em sessão ordinária às 14h. As emendas serão apreciadas pelos parlamentares na próxima semana.
Encaminharam contra a urgência as bancadas do PT, PRB, PDT, PCdoB, Pros, Psol e a liderança do governo. A favor da urgência encaminharam as bancadas do PMDB, PSDB, PSD, PR, DEM, Solidariedade, PPS, PV, PHS e parte do PSB.
Sobre os próximos passos, o presidente nacional da CUT Vagner Freitas explicou o que pode acontecer no país, caso o projeto seja aprovado. “A terceirização não é para regulamentar a situação dos 12 milhᄉes de trabalhadores que estão nessa situação, mas para tornar terceirizados os outros 40 milhões de trabalhadores”.
A CUT está articulando uma nova paralisação geral contra o PL 4330, o que deve ocorrer no dia 15 de abril.
Fonte: Bancários PA, com informações da CUT e Contraf-CUT