Brasília - A Contraf-CUT, federações e sindicatos, entre os quais o de Brasília, se reuniram nesta terça-feira (3) com a Fenaban, em São Paulo, para retomar a mesa temática de Igualdade de Oportunidades. Na primeira reunião de 2015, as entidades discutiram as demandas da categoria, os 14 anos de atuação da mesa temática e propuseram uma nova dinâmica para refletir os temas de igualdade.
A proposta da Comissão de Gênero, Raça, Orientação Sexual e Trabalhadores(as) com Deficiência (CGROS) é promover debates com a participação de representantes do movimento sindical, da Fenaban, intelectuais e especialistas, sendo o primeiro sobre Gênero e Raça e o segundo sobre LGBT e Pessoas com Deficiência (PCD). As datas sugeridas foram 11 de maio e 27 de julho, respectivamente.
"A Fenaban ficou de avaliar a proposta e dar um retorno até o dia 27 de março. O propósito da CGROS é avançar nos debates para que esses temas possam transitar na mesa geral de negociação com os bancos e virem a ser convencionados na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de 2015, garantindo assim direitos para segmentos discriminados", explica a secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Andrea Vasconcelos.
“Estamos no mês em que é comemorado o dia da mulher e ainda vemos que não há igualdade de oportunidade entre homens e mulheres no sistema financeiro. Também na questão de raça vemos que o crescimento dos negros no mercado bancário foi muito tímido. A população negra nos bancos passou de 19% para 24%, comparando os dados entre o I e o II Censo da Diversidade. Nossa luta é por igualdade de oportunidades em todos os setores do ramo financeiro”, destaca a secretária de Administração do Sindicato, Rosane Alaby, que participou da reunião com a Fenaban.
PCS transparente e participativo
O movimento sindical solicitou que no espaço da mesa temática sejam disponibilizados os planos de cargos e salários, com vista a construir instrumentos democráticos de ascensão nos bancos, conforme já havia sido pautado na mesa geral da Campanha Nacional. A Fenaban garantiu que todos (as) bancários(as) conhecem e têm acesso ao PSC. Contudo, os sindicalistas disseram que as informações não batem porque, ao abordarem os trabalhadores(as) nos locais de trabalho, o retorno é que não conhecem o plano e quais as exigências técnicas para construírem a sua trajetória laboral.
Diante dos problemas relatados pelos dirigentes sindicais, a Fenaban ficou de averiguar e dar um retorno. "O principal desafio referente ao tema é sair do plano das relações subjetivas e pessoais como critério de promoções e ascensão profissional", avalia a diretora da Contraf-CUT.
Assédio sexual
As discussões sobre igualdade de oportunidades na Campanha Nacional 2014 envolveram o combate ao assédio sexual.
O assunto foi retomado com a Fenaban, e a CGROS enfatizou a necessidade de definir as bases da campanha com ações conjuntas com os bancos, passando pela sensibilização dos bancários (as), promoção de palestras no locais de trabalho, debates e mensagens pela intranet e publicações. A Fenanaban ficou de avaliar e retomar o debate sobre o tema.
Durante a reunião, a Contraf-CUT também questionou a ausência dos bancos públicos (Caixa e Banco do Brasil) no encontro.
"A Fenaban ficou de averiguar as motivações para o não comparecimento deles num espaço tão importante, que visa amadurecer debates e ampliar direitos rumo à equidade no setor. A mesa temática completa 14 anos de trabalho e, portanto, é preciso avaliar o último período e apontar caminhos para o próximo ciclo", finaliza Andrea.
Da Redação com Contraf-CUT