Banco ficou de instalar Fórum Regional de Condições de Trabalho no Rio
A Caixa Econômica Federal deve instalar, ainda este mês, o piloto do Fórum Regional de Condições de Trabalho no Rio de Janeiro. Nessa instância, entre diversas outras ações, representantes do banco e dos empregados vão debater e buscar soluções para minimizar os problemas de segurança que têm ocorrido no estado. Somente em janeiro, segundo reconheceu a própria empresa, oito agências foram assaltadas na capital fluminense.
A instalação do fórum foi definida durante reunião ocorrida em Brasília com representantes da Caixa, nesta sexta-feira (6), realizada a pedido dos dirigentes da Fetraf RJ-ES e Sindicato dos Bancários do Rio, com a participação da Contraf-CUT, através da coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa), Fabiana Matheus, e do coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária e secretário de Imprensa, Ademir Wiederkehr.
Uma das conquistas da Campanha Nacional dos Bancários 2014 na Caixa foi a criação dos grupos, em caráter piloto, em Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza e São Paulo.
Mas diante da gravidade da situação no Rio, a cidade foi incluída na lista. Essa extensão, inclusive, foi debatida na reunião de planejamento da CEE/Caixa, realizada na última terça-feira (3).
"Os empregados estão trabalhando com a sensação de insegurança. Nos últimos quatro meses, ocorreu uma onda de assaltos em agências, deixando amedrontados funcionários e clientes. Há mais de três anos não ocorriam ataques com essa frequência, o que mostra que é preciso agir com urgência", relata Luiz Ricardo Maggi, diretor da Fetraf-RJ/ES e integrante da CEE/Caixa.
Também participaram da reunião os diretores do Sindicato dos Bancários do Rio, Júlio Candido e Maria Izabel Cavalcante.
Pela Caixa, estiveram presentes o gerente nacional de Segurança Física e representante na Comissão de Segurança Bancária da Febraban, Moisﾩs Alves Ferreira, e o coordenador da Mesa de Negociação Coletiva, José Isaac Arantes Freitas.
Mais prevenção
"O encontro foi positivo, porque conseguimos sensibilizar os interlocutores da Caixa sobre os problemas de segurança no Rio de Janeiro, mostrando a necessidade de melhorias, a fim de prevenir assaltos e proteger a vida dos trabalhadores e dos clientes", avalia Ademir Wiederkehr.
"Estamos preocupados com essa situação, e nossa expectativa é de que a empresa adote medidas o mais rápido possível para acabar com esse clima de medo que tomou conta das agências", enfatiza Fabiana Matheus.
A Caixa alega que tem investido na melhoria dos sistemas de segurança e ampliado as medidas de prevenção, inclusive adquirindo novos equipamentos de segurança e implantando a abertura remota das agências, o que tem evitado os sequestros de bancários.
Na semana passada, em nota enviada a um veículo de comunicação do Rio que publicou matéria sobre o tema, a empresa assegurou que "todas as suas agências possuem plano de segurança devidamente aprovado pela Polícia Federal" e que utiliza, como medida adicional, outros dispositivos não previstos em lei.
Moisés informou que vai se reunir na próxima quarta-feira (11) com integrantes da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro para tratar do crescimento dos assaltos.
Emissão da CAT
Outra cobrança feita pelos dirigentes sindicais diz respeito à emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) em casos de assaltos e ao fornecimento de dados sobre as ocorrências para os sindicatos.ﾠ
De acordo com os representantes dos trabalhadores, as áreas responsáveis não estão cumprindo o que prevê o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A Gerência Nacional de Informações Corporativas e Negociação Coletiva (Geing) prometeu reforçar as orientações nacionalmente.
Na última reunião do GT Saúde do Trabalhador, ocorrida em 28 de janeiro, a Contraf-CUT apresentou a demanda de que as agências não estão cumprindo a contento a cláusula do ACT relativa aos procedimentos em caso de assalto ou sequestro quanto à emissão de CAT.
Naquela ocasião, a Caixa já havia se comprometido a elaborar uma minuta com esclarecimentos para as unidades, reforçando o caráter prevencionista da medida. A expectativa é de que o documento seja apresentado para a Contraf-CUT até 3 de março.
Fóruns Regionais de Condições de Trabalho
Conforme previsto no ACT, os fóruns são formados por representantes dos trabalhadores e da empresa com o objetivo de debater medidas para prevenir e combater problemas relativos ao cumprimento da jornada de trabalho, assédio moral e cobranças por metas abusivas e estrutura das unidades.
Em São Paulo e Curitiba, já ocorreram as primeiras reuniões. Nas demais cidades, a implantação vai ocorrer em breve.
Fonte: Contraf-CUT com Fenae
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