Brasília - O BRB tomou uma decisão desastrada acerca do pagamento da PLR referente ao segundo semestre de 2014. Não alterará nada do que foi feito, embora esteja descumprindo um acordo firmado com o Sindicato. O banco até reconheceu que pode ter se equivocado quanto à interpretação de um aspecto do acordo, porém se nega a voltar atrás e a pagar a parte fixa da PLR, tendo apresentado, como alternativa, acumular o montante reservado para a PLR no balanço publicado agora no início de 2015 (referente ao segundo semestre de 2014) para ser pago juntamente com o programa do primeiro semestre de 2015, o que ocorrerá até setembro próximo.
O próprio fato de apresentar esta saída estapafúrdia, que não agrada a ninguém, é um reconhecimento tácito de que o banco errou em sua avaliação. Porém, o erro permanece quando a instituição não se digna a pagar o que deve aos funcionários que se desdobraram para atingir as metas absurdas colocadas para o conjunto dos trabalhadores.
Além desta série de decisões desastradas sobre a situação, o banco, através de um de seus diretores, Dario Osvaldo, tenta jogar os funcionários contra o Sindicato. Em reunião com os gerentes gerais, ocorrida em 23 de abril passado, cujo foco deveria ser apenas a divulgação da revisão das metas para este semestre, reivindicação do Sindicato, ele, segundo comentários de diversos presentes, antes de abordar o assunto da pauta, teceu diversas críticas ao Sindicato, e acusou este de ser o responsável pelo não pagamento da PLR, chegando ao requinte de apontar o item 7.1.1.1 do acordo aditivo da PLR para o ano de 2014 como elemento que permitia ao BRB o não pagamento.
O banco, que dispõe de um corpo de mais de 30 advogados, se quisesse uma avaliação séria sobre o acordo, poderia solicitar uma análise criteriosa, se atendo principalmente ao item 6.1 do mesmo acordo aditivo, que não deixa dúvidas quanto à obrigação do pagamento. Aliás, seria um contrassenso sem precedentes o Sindicato assinar um acordo que previsse pagamento de parte da PLR que é independente de metas, submetendo-a a qualquer cumprimento de metas.
O banco, diante de uma situação em que se consolida uma visão de uma gestão que parece não ter norte, haja vista o fato de não apresentar planejamento nenhum para o futuro do banco a curto, médio e longo prazos, procura bodes expiatórios para isto. O resultado do primeiro trimestre do ano aponta para um pífio resultado de aproximadamente R$ 20 milhões de reais, fruto de uma inação que está se tornando a marca desta gestão.
“Esta tentativa torpe de empurrar para o Sindicato a culpa pela forma desastrosa como se tratou a PLR não vai colar. Os funcionários do BRB têm bastante inteligência para perceber que este tipo de expediente não funciona. A diretoria tem de assumir seus erros, pois ser gestor do banco não traz apenas bônus, como excelentes salários, superiores a R$ 30 mil mensais e PLR de três remunerações, mas traz também ônus e obrigações, sendo a principal delas ter responsabilidade pelas decisões que toma”, comenta Daniel de Oliveira, diretor do Sindicato.
“Aliás, ainda sobre esta questão da PLR, o Sindicato mais uma vez alerta a todos os funcionários que os despropósitos da desastrada ação do banco se iniciaram quando a atual diretoria, já tendo conhecimento de decisão da diretoria anterior de alterar as metas, conforme prega o acordo aditivo de PLR em seu item 12.1, volta atrás em uma deliberação já tomada. E olha que a atual diretoria, embora ainda não estivesse oficializada pelo Banco Central, já estava a par de tudo que ocorria no banco, pois já tinha sido indicada pelo governador Rollemberg, participando inclusive de discussões estratégicas sobre o BRB”, finaliza o diretor do Sindicato Antonio Eustáquio.
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Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação