(Belém-PA) - Além de manter o banco fechado, o mais importante de uma greve é suspender as atividades por tempo indeterminado, o que nada mais é do que colocar em prática o significado da palavra em si.

“Nossa greve vem se fortalecendo a cada dia que passa, mas ela pode ser ainda mais forte, e para que isso aconteça é importante que quem ainda não parou, pare e venha pra luta com a gente. Afinal quem faz greve é o bancário e não o Sindicato; e se hoje temos importantes conquistas que servem de referência para outras categorias, foi graças à mobilização de bancários e bancárias em outras épocas”, lembra a presidenta do Sindicato que também é funcionária do Banco do Brasil, Rosalina Amorim.

Nessa segunda-feira (7), 19º dia de greve, ela e outros bancários e bancárias que estão no dia-a-dia do movimento de greve visitaram o prédio da CSL em Belém para convencer aqueles que ainda não tiveram a mesma iniciativa, pois ainda dá tempo de fortalecer a luta.

“A greve não pode ser só de um segmento, a greve tem que ser de todos e feita por todos. Somos de um banco público, temos estabilidade, não há o que temer. Temos vários exemplos de que só com a greve os trabalhadores mudam sua história. Um desses exemplos são os funcionários de um supermercado particular aqui em Belém que tinham 14 reivindicações e dessas, 12 foram atendidas; e só foram por causa da adesão que era de praticamente 100%. Nós do Banco do Brasil temos 98 demandas específicas e até agora só tivemos respostas em 5; ou seja, é hora de aumentar a pressão e a mobilização”, esclarece o diretor do Sindicato e também funcionário do banco, Fábio Gian.

Santander 100% na greve em Belém

No dia de hoje o fortalecimento da greve também se deu nas agências do Santander em Belém, que amanheceram todas de portas fechadas.

O banco espanhol liderou em agosto pelo sétimo mês consecutivo o ranking de reclamações de clientes no Banco Central (BC) entre as instituições financeiras com mais de 1 milhão de clientes. O BC considerou que 2.195 reclamações feitas contra os bancos de grande porte no mês passado foram procedentes.

“O desrespeito é com todos, tanto funcionários quanto clientes e usuários. Nas tarifas cobradas dos clientes, busca-se o “valor de mercado”, mas na hora de pagar o salário daqueles que produzem a riqueza dos bancos, usa-se o “índice inflacionário”. Não dá pra aceitar calado e essa é a nossa hora de mudar esse jogo a nosso favor. Vem pra luta”, convoca o diretor do Sindicato e funcionário do banco, Márcio Saldanha.

Sindicato cobra o pagamento da “Ciriana” no Banpará

A diretoria do Banpará quebrou uma tradição de 40 anos ao suspender o pagamento da "Ciriana", verba que representa 20% do 13ºsalário, adiantado sempre 9 a 10 dias antes do Círio.

Este ano, sem nenhuma explicação ou satisfação, o banco não efetuou o devido pagamento. Por isso, o Sindicato enviou ofício ao Banpará (clique aqui e leia) cobrando o pagamento da Ciriana.

“O Banpará mais uma vez desrespeita o funcionalismo e demonstra sua face antidemocrática ao retaliar nosso movimento de greve com a suspensão de uma verba que nos é garantida pela instituição há quatro décadas. Não aceitamos esse tipo de postura e reivindicamos o pagamento da Ciriana ao funcionalismo do Banpará”, critica a diretora do Sindicato e funcionária do Banpará, Odinea Gonçalves.

Fonte: Bancários PA