Cerca de 50 concursados se reuniram no Sindicato e, com os dirigentes sindicais, percorreram diversas agências espalhadas por todo o Distrito Federal – Taguatinga Sul e Norte, Ceilândia, Samambaia, Gama, Santa Maria, Águas Claras, Guará, SIA, Sobradinho, Planaltina, Cruzeiro, Asa Sul e Norte.
Aprovada no concurso de 2014, Silvana* disse que teve que abrir mão de muitas coisas para estudar para as provas e, depois de mais de um ano de espera, nada aconteceu, mesmo com o histórico de muitas contratações que a Caixa sempre apresentou e um amplo programa de aposentadoria realizado pela empresa.
“Às vezes bate um desespero. Apostamos em algo que, simplesmente, até agora não deu em nada. Nós, aprovados, acreditamos que o banco pode continuar crescendo e que o Brasil pode avançar ainda mais. A Caixa é um banco de sonhos, mas está destruindo o sonho dos aprovados. Pedimos encarecidamente que o governo convoque a gente logo”, disse Silvana.
Além de chamar a atenção da sociedade para o problema, os manifestantes também recolheram assinaturas para um abaixo-assinado a ser entregue à direção da Caixa.
A concursada Maria Luciana contou que se preparou para o concurso da Caixa por mais de um ano, abandonando família e amigos. “Projetei minhas esperanças nesse concurso acreditando na Caixa, que havia se comprometido a contratar milhares de empregados. Sempre foi um sonho trabalhar no banco, que é um dos mais importantes do país, principalmente pelo seu trabalho em prol da população. Esperamos que o governo tenha mais respeito pelos concursados.”
Luciana convida todos os concursados para participar e agregar mais força ao movimento. “Queremos fortalecer a manifestação até que a presidenta da Caixa, Mirian Belchior, nos perceba.”
“Há um déficit muito grande de empregados dentro do sistema financeiro, especialmente dos bancos, além das metas inatingíveis. A contratação de mais empregados, principalmente para Caixa que tem um papel social importante, se faz necessária pois a sociedade merece um atendimento melhor”, afirmou o ambientalista e cliente da Caixa Rômulo Oliveira.
“A adesão dos empregados foi muito boa, numa clara demonstração da necessidade urgente de mudar essa situação”, pontua Fabiana Uehara, diretora do Sindicato e da Contraf-CUT e empregada da Caixa. Segundo ela, o déficit de pessoal é um problema antigo na Caixa, que foi agravado em 2015 devido à realização de mais um Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA).
“É preciso aliviar o sufoco dos empregados, porque a insuficiência de trabalhadores, além de ser a principal causa de adoecimento, afeta seriamente o trabalho nas agências, com número excessivo de horas extras, em alguns casos sem o devido pagamento, e ainda compromete o atendimento à população”, emenda Fabiana.
Campanha Mais Empregados
A manifestação faz parte da campanha ‘Mais Empregados para a Caixa, Mais Caixa para o Brasil’ que o movimento sindical vem realizando para mobilizar empregados, concursados e a população. Os sindicatos e federações estão recolhendo assinaturas de um abaixo-assinado, que será entregue à Presidência da República e a Miriam Belchior, presidenta da Caixa, em data a ser definida.
A campanha é resolução do 31º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef), realizado em junho, em São Paulo, que definiu também que, para suprir as necessidades reais de funcionamento do banco, deve ser feita a contratação de, pelo menos, mais 30 mil empregados, sendo que a quantidade mínima por agência deve ser de 20 empregados.
“Estamos percorrendo várias agências com um abaixo-assinado, pedindo mais empregados para Caixa. A campanha foi puxada desde o início pelo Sindicato dos Bancários de Brasília e agora se estendeu para os sindicatos de todo o país”, ressaltou o diretor do Sindicato Wandeir Severo.
“A Caixa está na contramão da história, não repondo as vagas, principalmente das mais de 3.200 pessoas que saíram no programa de incentivo à aposentadoria, aumentando a sobrecarga de trabalho nas agências e unidades. Enquanto isso, pais e mães de família esperam numa fila de concurso. A contratação dessas pessoas vai melhorar o fluxo de atendimento, o resultado da empresa e a qualidade de vida dos empregados. O Sindicato vai continuar com a campanha num crescente até que nós sejamos ouvidos”, acrescentou.