Brasília - Aumentam as especulações sobre a venda do HSBC no Brasil. Com isso, cresce a preocupação dos representantes da categoria bancária em como o fato pode afetar os 22 mil empregados do banco. A apreensão resultou numa força-tarefa de sindicalistas de todo o país, também funcionários da instituição financeira, que se reuniram em Brasília e percorreram o Congresso Nacional, na terça e quarta (5 e 6), em busca de apoio dos parlamentares na defesa do emprego de bancários e bancárias.
Após o intenso corpo a corpo dos dirigentes sindicais na Câmara dos Deputados e no Senado, os parlamentares se comprometeram a realizar uma audiência pública no Congresso Nacional e articular uma reunião no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Em busca de mais apoios, a mobilização continua nesta quinta (7) no Congresso Nacional.
Com o apoio do Sindicato dos Bancários de Brasília, da Confederaᄃão Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), a Comissão de Organização dos Empregados do HSBC (COE) entregou uma carta aos parlamentares e receberam deles o compromisso de que irão defender os trabalhadores.
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“O banco diz que não vai sair do Brasil, mas as mídias sociais e a imprensa já estão veiculando que a venda vai acontecer até agosto deste ano. Já passamos por isso quando o Bamerindus foi vendido e conseguimos garantir quase todos os empregos”, enfatizou o diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília Paulo Frazão, que também é bancário do HSBC.
“Nosso papel é lutar para preservar o emprego desses trabalhadores. A cada deputado e senador, destacamos a importância de que o emprego seja preservado e o trabalhador seja protegido neste momento”, afirmou Sérgio Siqueira, diretor da Contraf-CUT.
“Esperamos que essa ação repercuta na Casa e a gente possa, efetivamente, mostrar o que está em jogo nesse processo”, observou José Adilson Stuzata.
Diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Valdir Fernandes disse que o objetivo é mobilizar as entidades sindicais e os parlamentares. “Nossa ideia em Brasília é chamar a atenção sobre a venda do HSBC no Brasil. Afinal, a venda irá afetar o emprego de 22 mil chefes de família.”
“Não há nada concreto sobre a venda ainda, mas sabemos que onde há fumaça há fogo e, pelo jeito, a fumaça está aumentando. Pedimos, então, aos parlamentares empenho para que se preservem esses empregos”, destacou Claúdia Barros, diretora do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região.
“Quando o Bamerindus foi comprado pelo HSBC, fizemos o mesmo movimento, o que rendeu um resultado bastante positivo. Ou seja, um reduzido número de demissões”, destacou Danilo Anderson Castilho, diretor do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região.
Segundo o diretor da Fetec-CUT/PR e do Sindicato dos Bancários do Paraná, Carlos Alberto Kanak, as entidades sindicais já vêm denunciando o fato há tempos. “Não conseguimos interferir na gestão das empresas, por isso, apelamos aos parlamentares para que tenham um olhar atento e prioritário à situação dos trabalhadores do banco.”
Na opinião de Raimundo Dantas, diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília, a mobilização foi positiva. “O fim da força-tarefa no Congresso Nacional não encerra nossa luta. Continuaremos atuando em todas as instâncias para defender as bancárias e os bancários”, afirmou Dantas, que também é bancário do HSBC.
Entre os parlamentares que se comprometeram com a causa estão os deputados Erika Kokay (PT-DF), Valmir Prascidelli (PT-SP), Enio Verri (PT-PR), Daniel Almeida (PCdoB-BA), Vander Loubert (PT-MS), Vicentinho (PT-SP), Zeca do PT (PT-MS), Davidson Magalhães (PCdoB-BA), Jorginho Mello (PR-SC) e Rubens Bueno (PPS-PR); e os senadores Ana Amélia (PP-RS), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lindberg Farias (PT-RJ), Roberto Requião (PMDB-PR).
Rosane Alves
Do Seeb Brasília