Brasília - Dirigentes da CUT Brasília e dos sindicatos filiados realizaram nesta terça-feira (7) um protesto contra o projeto de lei 4330, que precariza as relações de trabalho por meio da subcontratação ilimitada de serviços. O ato aconteceu na área de desembarque do aeroporto Internacional de Brasília, Juscelino Kubitschek, onde os trabalhadores recepcionaram os parlamentares, vindos de outros estados, com faixas, cartazes e dizeres de protesto contra o PL 4330.
O ato faz parte de uma mobilização organizada pela Central Única dos Trabalhadores, sindicatos e entidades filiadas, além da participação de outras centrais sindicais, e reuniu de manhã trabalhadores nos aeroportos das principais capitais do paᆳs.
De acordo com o diretor da Executiva da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, o objetivo do ato “foi deixar o nosso recado aos congressistas, de que os trabalhadores são contra esse projeto que não traz benefícios para os trabalhadores e só prejudica e flexibiliza as relações de trabalho, facilitando ainda mais as subcontratações e livrando patrões das suas devidas responsabilidades”. “E nós não vamos nos calar diante de injustiças. Há anos tem acontecido esse debate no Congresso, que ameaça os trabalhadores de corte de direitos. Precisamos de projetos de lei que beneficiam os trabalhadores e fiscalizem os patrões para que todos trabalhem com dignidade. Não precisamos de leis que ajudam patrões a lucrar mais, ajudando os a reduzir salários, aumentar jornada de trabalho, desrespeitar piso, planos de carreiras e acordos coletivos”, completou o diretor de finanças da CUT Brasília, Julimar Roberto de Oliveira Nonato.
O PL 4330 foi criado por um mega empresário e apresenta uma falsa regulamentação da terceirização. Na verdade, o PL faz da exceção a regra quando libera a subcontratação para todas as atividades, inclusive para a essencial e principal (atividade-fim) da empresa. O projeto ainda não garante efetiva isonomia das condições de trabalho e de direitos entre os trabalhadores contratados diretamente e os contratados indiretamente, fragmentando a classe trabalhadora e contribuindo para a fragilizaçᆪo da organização sindical.
Patrões pagam apoio
Contrastando com o protesto no aeroporto contra o PL 4330, cinco jovens seguravam uma faixa a favor do projeto de lei com os dizeres “Bom para empregadores e trabalhadores, melhor para o Brasil”. O grupo, sem dar muitos detalhes, apenas informou que foi contratado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para segurar faixas e distribuir panfletos no ato. Ao serem questionados sobre o PL 4330, toda as moças afirmaram não saber do que se tratava o projeto de lei. O presidente da poderosa federação patronal, Paulo Skaf, acompanhava o grupo.
Para a secretária de Assuntos Parlamentares do Sindicato dos Bancários e diretora da CUT Brasília, Louraci Morais, a falta de informação na mídia dificulta que a população tenha acesso a esclarecimentos sobre assuntos de interesse vital, como o PL 4330. “Infelizmente, vermos pessoas defendendo algo que nem sabem o significado, que atende apenas os patrões”, critica a dirigente.
Fonte: CUT Brasília