(Brasília) - Com o objetivo de jogar luz sobre a perseguição política a bancários em Brasília durante a ditadura militar (1964-1985), além de resgatar a memória de luta e resistência desses trabalhadores e seus familiares, o Sindicato irá implementar no âmbito da entidade uma Comissão da Verdade.

A primeira reunião organizativa para a criação da Comissão foi realizada na manhã desta quarta-feira (4), na sede do Sindicato. Foi um encontro emocionante, que reuniu ex-dirigentes que ajudaram na criação do Sindicato, antigos militantes e familiares, como as filhas de Adelino Cassis e Avilmar Figueira, ex-presidentes que sofreram na pele os desmandos dos militares. 

“O Sindicato sofreu intervenção da ditadura e bancários foram perseguidos, torturados e cassados, daí a importância de se fazer um trabalho dessa natureza para levantar a verdade a respeito desse obscuro mas importante período da nossa história”, frisou o presidente da entidade, Eduardo Araújo, que coordenou a reunião. “São histórias de prisão, tortura, desestruturação familiar e financeira que precisam ser conhecidas”.   

A ditadura militar foi o período da política brasileira marcada pelas práticas de violação aos direitos humanos, por meio da censura, da perseguição política, da supressão de direitos constitucionais, da falta total de democracia e da repressão àqueles que eram contrários ao regime. Teve início com o golpe militar de 31 de março de 1964, resultando no afastamento do então presidente da República, João Goulart, e tomando o poder o Marechal Castelo Branco, até 1985.   

Bancários ou familiares que sofreram perseguição nesse período e que queiram compartilhar suas experiências e contribuir com esse trabalho podem entrar em contato com o Sindicato pelo 3262-9090 ou pelo email cverdade@bancariosdf.com.br. 

A previsão é que a Comissão da Verdade seja instalada em janeiro de 2014. 

Renato Alves
Do Seeb Brasília