Crédito: Seeb Curitiba
Greve no Palácio Avenida em Curitiba, onde fica a sede do banco
A pressão da greve nacional dos bancários surtiu efeito e as negociações com o HSBC arrancaram uma importante conquista para os funcionários. O banco inglês apresentou nesta sexta-feira (3) uma proposta de pagamento de R$ 3 mil, sob forma de participação nos resultados (PR) através de uma antecipação de R$ 2 mil em outubro e R$ 1 mil em fevereiro de 2015.
Trata-se de uma conquista para os trabalhadores, uma vez que a instituição exibiu prejuízo no balanço do primeiro semestre de 2014 e, conforme o atual modelo de distribuição de lucros previsto na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), nos casos de prejuízos o banco está desobrigado de qualquer pagamento a título de antecipação de PLR.
A proposta foi feita um dia depois da negociação com a direção do banco, ocorrida na quinta-feira (2) com a Contraf-CUT, a Fetec-CUT/PR e os Sindicatos dos Bancários de São Paulo e Curitiba, na capital paulista. As entidades reivindicaram o pagamento da PLR para os funcionários do banco inglês , pois, nesses 17 anos do HSBC no Brasil, é a primeira vez que o banco apresentou prejuízo em seu balanço semestral.
A diretoria do banco se movimentou rapidamente em razão da convocação da negociação pela Fenaban, ocorrida no início da noite desta sexta-feira e apresentou a proposta de PR.
Quanto ao valor, apesar de inferior caso houvesse o pagamento cheio no caso de apresentação de lucro líquido suficiente para isso, ele contempla o pagamento de mais de uma remuneração para a grande maioria dos funcionários, particularmente os 14 mil funcionários da área administrativa e que não receberam nada em agosto último, quando foi pago o PPR para a área negocial.
"A proposta é uma conquista, fruto da mobilização dos funcionários do HSBC, que já vinham participando fortemente da greve nacional da categoria. A negociação que o movimento sindical encaminhou, apontando ao banco uma série de indicadores positivos, novamente fruto do trabalho dos bancários, para a construção de uma proposta de PR, assegurou essa conquista", avalia Miguel Pereira, funcionário do HSBC e secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.
"A regra estabelecida há anos na CCT é clara nesse quesito: em caso de prejuízo, o banco estaria desobrigado do pagamento de qualquer valor a título de antecipação de PLR. Mas, quem trabalha diariamente no banco, precisa ser reconhecido e valorizado", ressalta o dirigente sindical.
O movimento sindical teve sempre algum tipo de problema ou discussão na hora dos pagamentos dos programas próprios do banco, mas agora é diferente, porque o HSBC se encontra com prejuízo no Brasil, no momento.
"Espero sinceramente que o banco possa reverter esse resultado negativo do primeiro semestre de 2014 e apresentar lucro no balanço anual, porque daí passaremos a ter direito à PLR, nos termos da convenção coletiva", projeta Miguel.
Os funcionários do HSBC devem agora comparecer às assembleias dos bancários que estão sendo convocadas pelos sindicatos, a serem realizadas nesta segunda-feira (6) em todo o país, para a apreciação e deliberação da proposta global apresentada pela Fenaban para a formalização da CCT 2014/2015.
Fonte: Contraf-CUT