Brasília - Não é de hoje que a Caixa Econômica Federal se utiliza de instrumentos para minar a mobilização das empregadas e empregados. Ameaças descabidas como descomissionamento e corte de ponto são algumas das estratégias usadas pelos gestores para amedrontar os trabalhadores e prejudicar a luta da categoria. O Sindicato repudia essas ações e lembra aos bancários que essas são práticas antissindicais e que ferem o direito de greve garantido pela Lei nº 7.783/89.
‘Quem fizer greve, irá para a agência’
Essa é a ameaça da vez, na boca de alguns gestores.
Denúncias recebidas pelo Sindicato dos Bancários de Brasília revelam que alguns gestores, apostando numa possível “reestruturação” ou “remanejamento”, estão afirmando que os que fizerem greve poderão ser transferidos de áreas meio para as agências como forma de retaliação, como se fosse demérito trabalhar em agência.
Consultas realizadas pelo Sindicato junto aos representantes da Caixa revelam que tais ameaças são “iniciativas pessoais” e que não existe tal recomendação aos gestores por parte da empresa.
O Sindicato rechaça qualquer tentativa de enfraquecer a mobilização dos bancários, que entregarão a pauta de reivindicações tanto para a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) quanto para a direção da Caixa nos próximos dias.
“Gestores como esses da Caixa estão parados no tempo. Não existe mais espaço para gerenciamento de pessoas baseadas no medo e na intimidação. Os bancários não podem se curvar diante de tais ameaças. Elas são ilegais e continuam a existir por conta do silêncio das pessoas. Por isso, solicitamos a todos que denunciem ao Sindicato, informando o nome dos gestores que assim procedem para que possamos, junto à Caixa e/ou outras instâncias, tomar as medidas necessárias”, afirmou o secretário de Formação Sindical, Antonio Abdan, que também é empregado da Caixa.
Sindicato condena as ameaças
Repudiamos qualquer ação que vise impedir e/ou enfraquecer a greve, que é um direito garantido pela Constituição Federal. “Estes assediadores, em vez de ameaçar os próprios colegas, deveriam participar da mobilização, na medida em que as conquistas do movimento valem para todos, independentemente de cargos e comissões”, destacou Enilson da Silva, diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e empregado da Caixa.
Cumprindo o seu papel de defensor dos direitos dos bancários, o Sindicato vai apurar todas as denúncias.
Poderoso instrumento
A greve é o mais poderoso instrumento que os trabalhadores possuem para conquistar e defender seus direitos. Quando uma paralisação alcança o êxito, os benefícios são coletivos, iguais para todos. E para ter sucesso, uma greve também depende da participação de todos. É essa mobilização coletiva que vai fazer a diferença.
Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília