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6 de Agosto de 2015 às 10:18

06/08/2015 - COEs do HSBC e do Bradesco debatem defesa do emprego após venda



Brasília - Os representantes das comissões de organizações dos funcionários (COE) do HSBC e do Bradesco se reuniram nesta quarta-feira (5), na sede da Contraf-CUT, em São Paulo, para discutir os impactos do anúncio da aquisição do HSBC pelo Bradesco e a organização dos bancários a partir de agora. 

Representando o Sindicato dos Bancários de Brasília, o secretário de Imprensa, Garcia Rocha, participou da reunião em São Paulo. “Positivo, o encontro foi importante para intensificar a mobilização dos sindicatos de todo o país em defesa dos bancários do HSBC”, destacou. “Vamos defender os empregos dos bancários em todas as esferas possíveis”, acrescentou.   

Na opinião do diretor do Sindicato e integrante da COE Paulo Frazão, é preciso continuar com as pressões junto ao HSBC com o objetivo de exigir transparência no processo. “Estamos preocupados com a situação das mais de 21 mil famílias que serão atingidas caso esses bancários sejam demitidos. A venda do banco atingirá trabalhadores em muitos outros estados. O HSBC conta com 853 agências distribuídas por todo o país”, observou o dirigente sindical, que também é bancário do HSBC.

Manutenção dos empregos

No início do encontro, realizado na capital paulista, Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, falou sobre a reunião de terça-feira (4), na qual as direções dos bancos garantiram que não haverá demissões. "O banco afirmou que o Bradesco, entre os que se apresentaram como interessados na compra do HSBC, é o que apresenta maior complementariedade em relação a produtos, serviços e rede de agências, gerando menos atritos e mais oportunidades", completou o presidente da Contraf-CUT. "Isso ajuda a negociação pela manutenção dos empregos nos dois bancos". Os representantes do Bradesco disseram ainda que em todos os negócios deste tipo comandado pelo banco houve total transparência nos diálogos com o movimento sindical.

Roberto von der Osten avaliou o encontro entre os sindicalistas como positivo. "As duas comissões nunca tinham se encontrado, as pessoas não se conheciam. Então, foi uma reunião de acolhimento. As pessoas se trataram como companheiros, como gente que vai trabalhar no mesmo banco, futuramente, e, principalmente, que vai lutar junto. Vão lutar por emprego, vão lutar por direitos, por isonomia nos dois bancos. Por isso, essa primeira reunião foi fundamental. Foi de muita qualidade técnica. Mostrou que as duas comissões de empresas conhecem profundamente seus bancos, as suas contradições e dificuldades. O que tinha que avançar em cada um, agora terá que juntar em direção à negociação com o banco numa mesma pauta unificada, que privilegiará a questão do emprego e da isonomia."

Gheorge Vitti, coordenador do COE do Bradesco, concorda. "O sentimento é de unidade. A gente sabe que ainda temos um longo caminho a percorrer. E, somente juntos, vamos conseguir atravessar essa fase. O emprego é prioridade. A isonomia é outra bandeira importante e o nivelamento das discussões tem de ser por cima. Estou muito confiante que vamos fazer um grande trabalho, vamos conseguir unificar a luta. A partir de agora, a gente já começa a perceber que não são só os empregos do HSBC que estão em risco, é de todos", lembrou.

Para Cristiane Zacarias, coordenadora do COE HSBC, é um momento de muita calma. "Essa reunião em conjunto com o Bradesco, é um momento para conversar, colocar todas as diferenças dos bancos sobre a mesa e entender o que faremos a partir de agora. Essa união é de muita valia, pois vai trazer tranquilidade para o bancário entender que o movimento sindical seguirá unido fazendo a luta pelo emprego", afirmou.

HSBC e Bradesco dizem que não haverá demissão

Representantes da Contraf-CUT, dos sindicatos dos bancários de São Paulo e de Curitiba e da Fetec-PR se reuniram na terça-feira (4) com a direção dos bancos Bradesco e HSBC para garantir a manutenção dos empregos e direitos dos trabalhadores, após aquisição do banco inglês.

O encontro serviu para os dirigentes sindicais conhecerem detalhes da negociação, como o fato de o comando das operações só serem transferidos em janeiro de 2016. "A reunião nos tranquiliza porque eles garantiram que não haverá demissão em massa, mas vamos ficar atentos e acompanhando os desligamentos dos dois bancos", afirmou Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT. 

"O banco também afirmou que o Bradesco, entre os interessados pela compra do HSBC, é o que apresenta maior complementariedade em relação a produtos, serviços e rede de agências, gerando menos atritos e mais oportunidades", completou o presidente da Contraf-CUT. "Isso ajuda a negociação pela manutenção dos empregos nos dois bancos". 

Os representantes do Bradesco disseram que em todos os negócios deste tipo comandado pelo banco houve total transparência nos diálogos com o movimento sindical. 

Pelo HSBC, participaram do encontro Marino Rodilla, diretor de relações sindicais, e Juliano Marcilio, diretor de Recursos Humanos. Pelo Bradesco, André Cano, diretor executivo, e Glaucimar Peticov, do departamento de RH. 

Fusões aumentam concentração do sistema bancário

O número total de empregados do HSBC no país, em dezembro de 2014, era de 20.165 trabalhadores e o número de agências bancárias no Brasil era de 853 unidades. O setor bancário brasileiro já vive um oligopólio. Em 2014, os seis maiores bancos (BB, Itaú-Unibanco, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) passaram a concentrar 82,5% do Ativo Total do Sistema Bancário Brasileiro. Em 1999 esse mesmo índice era de 59%. Com relação às operações de crédito observa-se a mesma tendência: enquanto em 1999 os seis maiores bancos possuíam pouco mais de 60% do total de operações de crédito do setor, em 2014 essa participação chegou a 84%.

Os cinco maiores bancos, antes da aquisição, concentravam 80% dos ativos, 84% do crédito, 87% dos depósitos à vista, 95% dos depósitos de poupança e 87% das agências. Depois da aquisição do HSBC, concentram 83% dos ativos, 86% do crédito, 92% dos depósitos à vista, 96% da poupança e 91% das agências.
 
Fonte: SEEB/Brasília - Da redação 

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