Brasília - O Sindicato dos Bancários de Brasília tem realizado várias reuniões com os funcionários do Banco do Brasil para debater assuntos relacionados à categoria bancária. Nesta quarta-feira (1º), os diretores Marianna Coelho e Rafael Zanon visitaram, respectivamente, as agências Postalis e do Setor Comercial Sul.
O corte na dotação do banco, que irá reduzir a possibilidade de novas contratações; a lei que prevê 15 minutos de intervalo para as mulheres antes da jornada extraordinária; a precarização dos direitos trabalhistas que resultará da possível aprovação do PL 4330; e problemas na PSO (Plataforma de Suporte Operacional) foram os principais assuntos debatidos.
Nesta terça-feira 31, o Sindicato realizou em sua sede plenária para esclarecer a categoria acerca do direito das trabalhadoras ao intervalo de 15 minutos antes da jornada extraordinária de trabalho, conforme previsto em lei, que vem sendo descumprida sistematicamente pelos bancos. O Sindicato defende a inclusão dessa pausa como parte da hora extra.
No caso da PSO, há denúncias de bancários exercendo a função de caixa mesmo sem terem sido nomeados para a função. A prática, segundo os diretores, além de configurar desvio de função, tem provocado problemas para os funcionários.
Outro problema é quanto à orientação do banco para que os caixas façam triagem dos clientes para expulsar aqueles de baixa renda das agências, forçando-os a serem atendidos pelos correspondentes bancários.
PL 4330
Além disso, o Sindicato está firme na luta contra o PL 4330, que, conforme anunciado pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha, deverá ser votado na próxima terça-feira (7) no plenário da Câmara dos Deputados. O projeto libera a terceirização sem limites e representa um grande retrocesso social.
Os bancários também debateram o aumento da taxa básica de juros (Selic). No início de março, o Copom aumentou a taxa em 0,5 ponto percentual, passando para 12,75%. Com esse aumento, o Tesouro Nacional irá transferir por ano aos rentistas (que vivem da renda proveniente da aplicação de capitais) R$ 240 bilhões, ou 5% do Produto Interno Bruto.
“O aumento da taxa de juros é um mecanismo perverso de concentração de renda. Pode gerar um saldo negativo para a economia, provocando mais desempregos no país e gerando uma conta alta a ser paga pela classe trabalhadora”, analisa Rafael Zanon, diretor do Sindicato.
Rosane Alves
Do Seeb Brasília