Em 2014, os resultados dos cinco maiores bancos do país mostraram que não existe cenário ruim para o setor financeiro, independentemente do desempenho do conjunto da economia.
Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, HSBC e Caixa Econômica Federal, além do Santander, tiveram lucros elevados, mesmo reduzindo o ritmo de expansão das operações de crédito, conforme números divulgados pela sétima edição do estudo "Desempenho dos Bancos", produzido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) - Rede Bancários.
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Segundo o estudo, um dos fatores responsáveis por esse resultado foi a expressiva elevação das receitas com Títulos e Valores Mobiliários, decorrente das sucessivas elevações da taxa Selic no ano passado.
Na busca pela chamada "eficiência operacional", os bancos privados nacionais deram continuidade ao fechamento de postos de trabalho, embora em ritmo menor que nos anos anteriores. Entre os bancos públicos, o Banco do Brasil seguiu a mesma tendência, enquanto a Caixa Econômica Federal continua sendo a única instituição financeira com forte geração de emprego e concomitante melhora nos índices de eficiência.
Em dezembro do ano passado, o total de ativos dos cinco maiores bancos do país atingiu o expressivo montante de R$ 60, 3 bilhões, com evolução de 14,4% em 12 meses. Há o registro ainda de que o patrimônio líquido dessas instituições cresceu 18,4% no período, atingindo R$ 370 bilhões.
O estudo aponta também que, entre os grandes bancos, a Caixa permanece se destacando. A ponto de, entre 2013 e 2014, os ativos da instituição terem crescido 24% e o patrimônio líquido, 76,1%. É revelado que o forte crescimento do patrimônio líquido do banco ocorreu a partir de julho do ano passado, quando a Caixa teve um aporte de capital da ordem de R$ 27,9 bilhões por parte do Tesouro Nacional, na forma de instrumento híbrido de capital e dívida, conforme resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN).
O levantamento do Dieese afirma também que, diante do quadro econômico nacional e internacional e do aumento das exigências de capital impostas pelo Acordo de Basiléia III, a estratégia adotada pelos bancos privados foi melhorar o Índice de Eficiência, mediante corte das despesas com pessoal, por meio da redução de postos de trabalho, e aumento das receitas com tarifas bancárias. Por outro lado, a concessão de crédito foi bastante conservadora.
No entanto, para se adequar a uma conjuntura de desaceleração da atividade econômica e às novas exigências regulatórias, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal reduziram o ritmo da oferta de crédito em relação aos patamares que vinham sendo praticados desde o início da crise internacional.
O estudo observa ainda que, apesar disso, a Caixa manteve a estratégia de expansão, ainda que em ritmo menor, cuja atuação tem sido aumentar a estrutura de atendimento e ampliar a cobertura pelo país.
Segundo o Dieese, "a Caixa mostra ser possível melhorar o Índice de Eficiência com ampliação de postos de trabalho, mediante o aumento da participação na oferta de crédito na economia".
Fonte: Contraf-CUT com Fenae e Dieese