(Campo Grande-MS) - Com o auditório lotado, começou na noite desta sexta-feira (04), em Campo Grande (MS), o 9º Confetec-CUT/CN - Congresso Ordinário da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte - Fetec-CUT/CN. Quase duas centenas de delegados dos oito Estados representados e de dirigentes de várias entidades representativas de trabalhadores prestigiaram a cerimônia de abertura realizada na sede da Fetems – Federação dos Trabalhadores em Educação do Mato Grosso do Sul.
Os discursos iniciais saudaram e conclamaram todos a “unificar, organizar e avançar na defesa dos bancários da Floresta, do Pantanal e do Cerrado” e a promover a luta pela hegemonia da classe trabalhadora.
Ao discursar, o presidente da Fetec-CUT/CN, José Avelino, declarou aberto o Congresso após agradecer a cessão do espaço do trabalhador e o tratamento dispensado pela Fetems, “bem diferente daquele que encontramos, com chibatadas, quando protestamos no Congresso Nacional, a casa que deveria ser do povo”. Para ele, o 9º Confetec-CUT/CN é importante para os 12 sindicatos das regiões Centro Norte debaterem questões e lutas da categoria, com participação da Contraf e da CUT. “As nossas discussões e definições ganham maior dimensão pois em nossas regiões estão instaladas as sedes dos principais bancos públicos do país”, lembrou.
Luta contra precarização do trabalho
Como Avelino, os presidentes dos doze sindicatos filiados, das CUTs estaduais presentes (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Brasília), e os representantes da CUT Nacional e da Contraf-CUT foram unânimes em avaliar a conjuntura como crítica, apontando os graves ataques do empresariado aos direitos dos trabalhadores. Como exemplo, citaram especialmente o Projeto de Lei 4330, que promove uma mini reforma trabalhista, propiciando subcontratações infinitas e a precarização do trabalho. “Tivemos vitórias contra o PL 4330 (barrado na Câmara por pressão dos trabalhadores), mas o deputado Sandro Mabel, autor do projeto, já mandou recado: assim que terminarem as eleições, o PL volta para pauta. Por isso, tenho dito que temos de sair de nosso cercadinho e construir a luta de classes”, disse Andrea Vasconcelos, dirigente da Contraf-CUT e bancária de Roraima.
Nessa linha de raciocínio, outros dirigentes reforçaram a necessária luta pela regulamentação do Sistema Financeiro, pela redução da alta taxa de juros, pela urgente reforma do Sistema Político para impedir que o poder econômico influencie os processos eleitorais. Consensualmente, a maioria dos dirigentes que usaram a palavra defendeu maior participação das entidades dos trabalhadores nesse ano atípico, marcado por grandes eventos e eleições gerais. Na opinião geral, é fundamental os trabalhadores se organizarem para apresentar as bandeiras de luta e o projeto de sociedade que defendemos, cobrando compromissos de candidatos com as propostas dos trabalhadores, elegendo representantes realmente com vínculos com as nossas aspirações.
Desafios e sonhos realizados
Iaci Azamor Torres, presidente do Seeb de Campo Grande, como representante da cidade anfitriã, lembrou que há três anos, após ser eleita, esteve presente ao 8º Confetec e sonhava com a filiação do seu sindicato à Fetec-CUT/CN. “Esse sonho se realizou e estamos agora aqui em Campo Grande quando comemoraremos 55 anos de nosso sindicato. Queremos comemorar com todos vocês”, afirmou ela, convidando todos ao coquetel de aniversário da entidade e ao lançamento de publicação que resgata a história da entidade, realizados após a abertura.
Aproveitando a deixa de Iaci, o secretário nacional de Organização da CUT, Jacy Afonso, lançou ao plenário o desafio de vencer as eleições no Amazonas, onde o sindicato não é filiado à Fetec, e realizar o próximo congresso naquele Estado, repetindo os acontecimentos de Campo Grande.
Ao finalizar sua exposição, Jacy Afonso fez uma convocação e uma profissão de fé: “Não queremos ficar na torcida, queremos disputar o jogo. Somos protagonistas da classe trabalhadora. A nossa principal tarefa é disputar a hegemonia da sociedade... Eu acredito no meu sonho...Vamos conquistar uma sociedade socialista.”
Expandindo representação no mundo
Jacy informou o motivo da ausência no Congresso do presidente da CUT Nacional, o bancário Vagner Freitas. Este voltou nesta sexta de viagem a Bruxelas, onde participou de encontro que indicou o companheiro João Felício para presidir a Confederação Sindical Internacional (CSI). Secretário de Relações Internacionais e ex-presidente da CUT, João Felício será o primeiro latino-americano a presidir a CSI, entidade que congrega 175 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, associados a 311 entidades filiadas em 155 países e territórios.
Além dos delegados e representantes das entidades filiadas, estiveram presentes à cerimônia de abertura do 9º Confetec-CUT/CN dirigentes eleitos da Cassi, Previ, Fenae, Confederação dos Vigilantes e parlamentares bancários.
Alguns pronunciamentos da abertura
“Parafraseando Vinicius de Morais: a luta do sindicalista é bela e fundamental.” - Clever Bomfim, Sintraf-Ride.
"Bom estar em um time forte. O que seria da classe trabalhadora brasileira sem a CUT. Ela realmente representa os trabalhadores com amor e com luta.” - Adauto Martins, Roraima.
“Espero que consigamos construir a unidade tanto nas ações como na eleição da nova diretoria da federação nesse Congresso. Precisamos demonstrar toda aquela nossa unidade que faz nossos patrões temerem.” - Eduardo Araújo, de Brasília.
“Estou feliz por receber os bancários aqui. Nossa casa não é só dos professores, mas é de todos os trabalhadores. Os bancários sempre são nossos parceiros para debater a pauta mais ampla dos movimentos social e sindical.” - Roberto Magno, presidente da Fetems.
9º Confetec prossegue com análise de conjuntura e desafios
O 9º Confetec-CUT/CN entra no seu segundo dia com uma programação intensa de palestras e debates no auditório da Federação dos Trabalhadores em Educação do Mato Grosso do Sul, em Campo Grande.
Na manhã deste sábado (05) , os cerca de 150 delegados dos 12 sindicatos filiados aprovam o Regimento Interno do Congresso, acompanham avaliações sobre Conjuntura, com colaboração da CUT nacional, e participam de discussões sobre as análises apresentadas,
De tarde, haverá um balanço da gestão da Federação. Em seguida, dirigentes da Contraf-CUT fazem exposição sobre desafios do Ramo Financeiro e Campanha Nacional. Os trabalhos do dia se encerram com debate e formulação de plano de ação para a categoria.
O Congresso termina no domingo, com debates sobre Novas Tecnologias e a Organização do Trabalho no Ramo Financeiro e sobre Reforma Estatutária.
O encontro será finalizado com a eleição da nova direção da Fetec CUT/CN.
Fonte: Fetec-CUT/CN - Robinson Sasaki