Cada vez mais preocupado em fazer frente ao capital, o Sindicato dos Bancários de Brasília está investindo em diversos cursos de formação para seus dirigentes. Entre os objetivos está a qualificação da luta dos trabalhadores no Distrito Federal. A entidade também planeja estender alguns cursos aos associados e associadas.
Além de melhorar a representatividade dos trabalhadores, os cursos, que sempre contemplam homens e mulheres e todos os segmentos das instituições financeiras, também têm a função de atualizar os dirigentes sindicais para inúmeros temas essenciais, como previdência complementar.
Este assunto, aliás, é tema de curso que está sendo ministrado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo. Atualmente, dirigentes sindicais de Brasília participam das aulas e palestras.
Um dos alunos do curso é o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Wescly Queiroz. “O curso é importante para que possamos representar, produzir e reproduzir conhecimento sobre o tema e aumentar a capacidade das entidades sindicais de informar, organizar e defender os direitos dos trabalhadores em relação aos seus planos de previdência”, afirmou ele, ao elogiar o conteúdo do curso.
Foco na ação sindical
Esta nova etapa do processo formativo encaminhado pela Contraf-CUT, focando temas de alta relevância para a classe trabalhadora e particularmente os bancários, teve início em 2012, com a realização de dois cursos de especialização em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora do Ramo Financeiro.
Depois foi realizado, em 2013, o curso de especialização no combate à Terceirização, que foi tão importante que catalisou o enfrentamento e a mobilização contra o projeto de terceirização total, que vinha sendo debatido no Congresso Nacional, através do PL 4330 e seus substitutivos.
Em fevereiro deste ano, a Contraf-CUT e a Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (Anapar) realizam o primeiro curso de previdência complementar.
Outros temas estão na ordem do dia, como Segurança Bancária, Negociação Coletiva, Nova Regulamentação para o Sistema Financeiro Nacional e Igualdade de Oportunidades, dentre outros.
Na opinião do secretário de Formação Sindical, Antonio Abdan, o atual momento pede agilidade. “Nos dias de hoje não podemos perder tempo. Investir na formação de dirigentes sindicais é investir na melhoria da representatividade, é qualificar nossas lutas frente a um capital que está constantemente se transformando”, destacou.
Para o Sindicato e a Contraf-CUT, os dirigentes sindicais precisam se especializar para ter intervenção mais incisiva na sociedade, nas disputas de hegemonia que se apresentam, bem como na representação dos trabalhadores, nos espaços de negociação coletiva, criando assim um processo rico e participativo de construção coletiva.
O Sindicato inscreve participantes que se comprometam com a tarefa de estudar o tema, desenvolver conhecimento para o enfrentamento dos problemas estudados nos cursos, a se tornarem multiplicadores e que possam contribuir em todos os espaços de formulação, debates, representação pública e principalmente ações práticas, locais, regionais e nacionais.
“Continuaremos investindo em formação para fortalecer nossa luta com independência, autonomia e responsabilidade”, afirmou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo. “É papel do Sindicato qualificar seus dirigentes para que possamos ampliar as conquistas dos trabalhadores”, acrescentou Araújo, ao lembrar que um dirigente sindical mais preparado pode fazer diferença nas mesas de negociação e em outros debates com os representantes das instituições financeiras.
Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília