Brasília - A decisão administrativa que atingiu, na segunda-feira (22), dois gerentes de área do Edifício Brasília, que foram rebaixados por terem ações na Justiça do trabalho cobrando o pagamento das 7ª e 8ª horas feitas e não recebidas, prosseguiu com ações da mesma natureza na TI do BRB.
Na terça-feira (23), antevéspera de Natal, pela decisão do Conselho Diretor do banco (Alair Martins, Humberto Coelho – funcionários de carreira do BRB - e Sérgio Nazaré – aposentado do Banco do Brasil) pelo menos 10 funcionários daquele setor, entre gerentes de área, gerentes de relacionamento e gerentes de núcleo, foram ‘presenteados’ com rebaixamentos e imediatamente transferidos para agências do BRB.
Por detrás de um movimento que, em tese, atende a necessidade de agências, conforme ‘explicações’ não oficiais que se espalham pelo banco, se esconde um ato covarde de vingança pela ‘ousadia’, no entender do Conselho Diretor, de estes terem buscado, via judicial, a reparação de um dano causado pelo banco.
Ao invés de agir de forma justa e republicana – a de buscar a composição deste passivo gerado pelas horas extras não pagas, negociando via Sindicato, com os atingidos pela jornada de trabalho ilegal, uma forma madura, adulta e correta de se gerir pessoas e passivos –, o Conselho Diretor optou pelo terror, pelo constrangimento, e de novo pela ilegalidade ao tomar este tipo de medida.
Segundo se comenta, esta medida viria na busca de se diminuir despesas do banco, explicação esta totalmente descabida, pois as vagas de todos os rebaixados da TI foram ocupadas por substitutos, o que joga por terra esta estapafúrdia desculpa. Aliás, se o problema alegado for a necessidade de redução de despesas, mais uma vez o Sindicato questiona: e a gigantesca estrutura da direção do banco, absolutamente desnecessária e dispendiosa, criada somente para acomodar aliados políticos? Por que não diminuí-la?
Esta situação de substituição imediata evidencia para todos, inclusive, a certeza de que esta media estava sendo gestada há tempos, pois no mesmo ato de rebaixamento de uns houve a nomeação de outros. Esta situação coloca também um questionamento ético aos que aceitaram este ‘crescimento’ na carreira, pois ele ᄅ fruto de um ato imoral, ilegal e violento, cujo objetivo do banco, certamente, é forçar qualquer comissionado que tenha ação contra o banco a retirá-la, e ainda inibir novas iniciativas.
Tais ações demonstram também o grau de desorganização que se tornou o governo Agnelo nestes seus últimos dias, pois este tipo de agressão só é possível diante de um governo fraco, cujos ‘cargos de confiança’, como os do Conselho Diretor do BRB, fazem o que querem na ausência de diretrizes sólidas de gestão.
A assessoria jurídica do Sindicato está reunindo informações sobre este atentado do Conselho Diretor para buscar a reparação a mais esta injustiça, via Ministério Público do Trabalho e Justiça do trabalho, cujo acesso neste momento é de certa maneira difícil em função do recesso do judiciário, o que coloca mais um elemento nesta sádica decisão: contar com a desmobilização da própria Justiça para dificultar ainda mais qualquer reação dos funcionários do BRB.
O Sindicato exorta ainda aos que estão ocupando estas vagas abertas com o terrorismo promovido pelo Conselho Diretor a renunciarem a esta nomeação como ato de solidariedade, demonstrando assim a este Conselho Diretor que, se ele não tem hombridade, ética e solidariedade, isto sobra no conjunto dos funcionários do BRB.
Por fim, mais uma vez o Sindicato chama este Conselho Diretor à razão, e exige a imediata reversão de tão cruel medida. Cometer erro é passível a qualquer ser humano, porém, reconhecer o erro e corrigi-lo é atitude de pessoas superiores.
Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação