(Belém-PA) - Esta sexta-feira, 4 de outubro, 16º dia de greve nacional da categoria foi e ainda está sendo bastante agitada. No início da manhã, em Belém, o Sindicato realizou um ato público em frente ᅠ matriz do Banpará para reafirmar que a greve da categoria está mantida por tempo indeterminado, independente do Mandado de Segurança que o banco conseguiu na quinta-feira (3), o qual na prática versa apenas sobre o direito de ir e vir da população às unidades do banco.
Além disso, a manifestação, que também ocorreu em Marabá, cobrou da direção do Banpará e do Governo Jatene (PSDB) a apresentação de uma proposta global à minuta específica do funcionalismo do banco que contemple a retomada do tíquete extra, a promoção de todos os funcionários dentro do PCS e a garantia da PLR Social.
Carro som, teatro de palhaços, caixão com a imagem do governador do Estado, panfletos e adesivos falando sobre os motivos da greve no Banpará ajudaram no diálogo da categoria com a população. A CUT Pará e o mandato do deputado estadual Edilson Moura (PT) fortaleceram a manifestação no Banpará.
“Estamos em negociação com o Banpará desde agosto e até agora o banco não apresentou proposta concreta para as nossas reivindicações. O banco e o governo do Estado tentam enfraquecer nosso movimento através da esfera jurídica, com mandado de segurança, mas o funcionalismo está consciente e mobilizado, pois sabe que a nossa vitória somente será possível através da greve. Os bancários e bancárias do Banpará estão de parabéns, e vamos seguir juntos até que o banco e o governo Jatene atendam nossas reivindicações”, destaca a diretora do Sindicato e funcionária do Banpará, Odinéa Gonçalves.
“Os bancos estão apostando no nosso cansaço, mas a nossa forte greve não se rende. Aqui no Banpará em 1998, foram os trabalhadores que contribuíram com 20% dos seus salários para o banco não ser vendido. Esse fato não poderá nunca ser esquecido e é por isso que exigimos do banco uma proposta que contemple de fato melhores salários e melhores condições de trabalho, sobretudo com a retomada do nosso tíquete extra, do qual não abrimos mão”, complementa a diretora da Fetec-CN e funcionária do Banpará, Vera Paoloni.
Passeata unificada em Santarém
A categoria bancária, juntamente com os funcionários dos Correios e os trabalhadores da educação estadual realizaram mais uma passeata unificada de greve em Santarém. A manifestação contou com o apoio dos estudantes e demais categorias solidárias ao movimento e parou o centro da cidade. O Sindicato dos Bancários distribuiu uma carta à população mostrando que o lucro histórico dos bancos nesse primeiro semestre pode perfeitamente atender às reivindicações sociais e econômicas dos trabalhadores.
“Nossa greve também está muito forte no Oeste paraense. Estamos na luta com os bancários e bancária de todo país por melhores salários, contratação de mais bancários, fim do assédio moral, mais segurança e mais qualidade de vida para a nossa categoria”, enfatiza o diretor da subsede Santarém, Joacy Pereira.
Agressões nas portas dos bancos
Fatos lamentáveis ocorreram nas mobilizações de greve no dia de hoje. Na agência Ver-o-Peso da Caixa Econômica, a diretora de comunicação do Sindicato e funcionária da CEF Tatiana Oliveira, foi agredida fisicamente por um cidadão que tentou entrar a força na agência em greve.
Na agência do Itaú da Doca de Souza Franco, os diretores do Sindicato Márcio Saldanha, Gilmar Santor, Victor Hugo Lemos e a jornalista do Sindicato Ticiane Rodrigues também foram agredidos fisicamente por usuários do banco que se exaltaram contra a greve da categoria.
A jornalista teve sua câmera fotográfica arrancada e foi agredida no rosto por um cidadão que ainda não foi identificado. Ela registrou ocorrência policial e realizou exame de corpo de delito. A polícia investiga o caso.
Sapatinho em Castanhal
O gerente do Banpará em Castanhal, no nordeste paraense, foi feito refém no início da manhã desta sexta-feira (4). Somente à tarde o bancário foi libertado pela quadrilha, na estrada da ilha de Mosqueiro, mediante pagamento do sequestro. Tão logo soube da informação, o diretor do Sindicato Gilmar Santos foi até Castanhal para acompanhar o caso e prestar solidariedade e assistência ao bancário e seus familiares. A polícia investiga o caso, mas até agora ninguém foi preso.
Rejeitar a nova proposta da Fenaban
A Fenaban cedeu à pressão da greve e chamou o Comando Nacional dos Bancários e Bancárias para uma nova rodada de negociação em São Paulo, na tarde desta sexta-feira (4). A presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim acompanhou a reunião de perto.
Porém, a Fenaban apresentou a proposta de 7,1% para o índice de reajuste sobre os salários (aumento real de 0,97%) e de 7,5% sobre o piso salarial (ganho real de 1,34%). A proposta também foi de 10% o reajuste da parte fixa da regra básica e da parte adicional da PLR.
O Comando Nacional reuniu em seguida e decidiu por orientar os Sindicatos a realizarem assembleias na segunda-feira, 7 de outubro, para rejeitar a proposta da Fenaban e seguir fortalecendo a greve.
“Não fizemos 16 dias de greve para receber uma proposta que não garante nem 1% de ganho real nos salários e nem apresenta soluções para questões de emprego, saúde e segurança bancária. Vamos seguir na greve até conseguirmos uma proposta dos banqueiros que atenda de fato aos anseios da nossa categoria. Vem Pra Luta!”, convoca a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.
ASSEMBLEIA GERAL DOS BANCÁRIOS E BANCÁRIAS DO PARÁ
Segunda-feira, 7 de outubro.
Às 17 horas.
No Complexo Cultural Bancário.
Orientação: rejeitar a proposta da Fenaban e fortalecer a greve.
Fonte: Bancários PA