(Belém-PA) - O 15º dia de greve da categoria bancária foi de intensificar a paralisação por tempo indeterminado nos bancos privados. Nessa quinta (3) a concentração foi nas agências do Itaú da Região Metropolitana de Belém e também em Castanhal e Marabá.
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“Se a Fenaban acha que vai vencer os bancários e bancárias pelo cansaço, está muito enganada. Estamos chegando ao fim da terceira semana de greve e cada vez mais fortalecidos e com maior adesão da categoria em todo o Estado. Fica o recado à Federação de que só vamos sair quando nossas reivindicações forem atendidas. Está na hora de dividir o lucro de forma correta com os trabalhadores e a sociedade”, avisa a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.
Ela que também é membro do Comando Nacional participou nessa quinta e também participará nessa sexta-feira (4) da reunião do Comando em São Paulo para avaliar a greve em todo o país e tentar a retomada das negociações com a Fenaban.
“O Itaú foi o banco privado que mais lucrou nesse primeiro semestre, em contrapartida foi o terceiro banco que menos investiu na segurança de seus funcionários, clientes e usuários; além disso, é uma das instituições financeiras onde ocorre o maior número de rotatividade;
um desrespeito total aos que se dedicam a tornar o banco o que ele é hoje. Os banqueiros têm que valorizar seus bancários, se não fossem os trabalhadores, nenhum banco seria o que é hoje”, afirma o diretor do Sindicato que também é funcionário do Itaú, Victor Araújo.
Santander obriga funcionários a atender em domicílio
Durante a greve, os bancários e bancárias da agência do Santander na Av. Nazaré estão sendo orientados a atender os clientes de maior poder aquisitivo em domicílio.
“Além da greve, a unidade está em reforma há dois meses; ou seja, antes da paralisação por tempo indeterminado. É no meio de entulhos, poeira e de pouca segurança que os funcionários da agência são obrigados a trabalhar. Uma falta de respeito com o trabalhador e
principalmente com a saúde de cada um”, diz o diretor do Sindicato e funcionário do banco, Márcio Saldanha.
O Santander foi alvo de mobilizações nacionais da categoria na última terça-feira (1º), assim como o Bradesco foi o centro das ações nacionais dos bancários em greve na quarta-feira (2).
Greve no Banpará continua
Apesar do Mandado de Segurança, a greve no Banpará continua por tempo indeterminado.
“Nenhum bancário ou bancária é obrigado a retornar ao trabalho, pois a nossa greve segue firme e forte até que o banco ofereça um reajuste com ganho real, devolva nosso tíquete extra, nos dê a PLR Social. O Mandado de Segurança é só mais uma manobra do banco para tentar desmobilizar nosso movimento; enquanto que o sensato era o banco negociar com as entidades e apresentar uma proposta que tire seus funcionários da greve”, afirma a diretora do Sindicato e funcionário do Banpará, Odinéa Gonçalves.
O Mandado tem caráter provisório e a assessoria jurídica do Sindicato já recorre da ação.
Enfraquecer a greve, é isso que os banqueiros querem!
Os banqueiros tentam de todas as formas impedir os trabalhadores e trabalhadoras de lutarem por seus direitos através da greve, que é deflagrada quando a proposta apresentada pelos patrões não satisfaz aos anseios da categoria.
No último dia 30/09, o Banco do Brasil divulgou na internet um boletim para desinformar os bancários sobre o andamento das cláusulas econômicas e específicas. No documento, o banco diz que “não está de braços cruzados”, mas não esclarece o que vem fazendo para avançar nas
negociações. Ainda de acordo com o boletim, as rodadas de negociação específica continuam.
“Esse informativo está cheio de mentiras para desmobilizar o trabalhador que esteja ou não na greve. Queremos deixar claro que desde o dia 5 de setembro pra cá nenhuma nova rodada de negociação geral e específica ocorreu com o BB, que assim como a Fenaban, permanece em silêncio. Todas as informações da greve são postadas diariamente nos meios de comunicação do Sindicato, e é nisso que o bancário deve acreditar; em caso de dúvidas basta nos procurar”, destaca Rosalina Amorim.
No mesmo documento, o Banco do Brasil lembra o pagamento da PLR, mas esquece de dizer que essa é uma conquista decorrente de outras greves. Para finalizar, o BB ‘agradece’ – “a grande maioria de nossos funcionários, que segue trabalhando normalmente em suas dependências e agências. É essa postura que contribui para atenuar uma realidade histórica: o fato de os bancos públicos terem sido os mais prejudicados em movimento de greve. A melhor forma de protegermos nossos interesses como funcionários, neste momento tão delicado, é preservando e protegendo nossa Empresa”.
“Como se não bastasse tanta estupidez, o BB ainda se faz de vítima no final do texto. Ora se não quer greve, então porque não negocia e apresenta uma proposta decente ao invés de gastar dinheiro na criação de um site para intimidar, mentir e iludir a categoria neste momento
único pelo qual estamos lutando pelo presente e pelo futuro não só nosso, mas de toda a nossa família”, ressalta outro diretor do Sindicato que também é funcionário do BB, Gilmar Santos.
Fonte: Bancários PA