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3 de Maio de 2015 às 23:00

04/05/2015 - “Jamais volto a 1º de maio que distribui geladeira”, diz ex-presidente Lula


Presidente Lula aponta caráter politizador da data, afirma que frear terceirização sem limites é questão de honra e critica redução da maioridade penal

Escrito por: Luiz Carvalho e Vanessa Ramos - CUT

 

Durante o 1º de Maio popular no Vale do Anhangabaú, que reúne mais de 100 mil pessoas, o presidente Lula deixou clara a diferença entre a manifestação da CUT, centrais e movimentos sociais em relação à festa organizada pela central que apoia o PL 4330 da terceirização sem limites e retira de direitos.

"Eu tinha jurado a mim mesmo que nunca mais participaria de um ato de 1º de Maio que misturasse distribuição de geladeira, de carro e festa com ato político. Na hora de discutir política, a gente não diz que vai trazer o trabalhador aqui pela geladeira. A gente diz que quer ele aqui para discutir política.”

Em sua intervenção, Lula focou em dois pontos principais. Justamente a terceirização para todos os setores da empresa e a redução da maioridade penal.

Ele citou a pesquisa realizada pelo Dieese sobre a terceirização e comentou dados sobre acidentes, trabalho escravo, além de ressaltar que os terceirizados ganham menos e trabalham mais. "Esses dados é para que a imprensa registre e publique. Esse tema é um ponto de honra para o movimento sindical", definiu.

Hipocrisia da maioridade

Sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, o presidente afirmou que antes de mandar um menino pra cadeia é preciso conhecer a realidade das famílias desse jovem.  Para ele, apoiar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 171 é cometer um crime.

“Esse tema é caro às periferias e aos trabalhadores. Uma parte da elite brasileira acha que vai resolver o problemas do Brasil mandando um moleque de 15, de 16 e 17 anos pra cadeia. Mas eu pergunto o que fizeram nesses 500 anos que não deram oportunidades para esses jovens que caíram no crime", questionou.

Redução maioridade penal

Ainda sobre o tema, Lula citou a dificuldade de acesso à universidade, que chegou só 400 anos após a descoberta do Brasil e elencou que a PEC é apenas uma medida num pacote que inclui, além da terceirização e da redução da maioridade, um projeto de falsa reforma política.

"Nós despertamos o ódio.  E eles (a elite brasileira) não suportam ver um metalúrgico sem diploma universitário fazer em oito anos duas vezes e meia mais do que eles fizeram num século."

Revistas são um lixo – A manipulação da informação, uma semana após o aniversário de 50 anos da Globo, também foi destaque na fala de Lula. 

“Essas revistas brasileiras são um lixo. Não valem nada. Peguem todos os jornalistas da Veja e da Época e enfie um dentro do outro que não dá 10% da minha honestidade."

O presidente ainda pediu paciência com Dilma e provocou dizendo que a elite brasileira tem medo de sua volta à Presidência. "São 12 anos de PT com aumento real de salário. Eles deveriam acender uma vela pra agradecer o que eu e Dilma fizemos.  Não me chame pra briga que eu sou bom de briga. Está aceita a provocação."

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