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3 de Maio de 2015 às 23:00

04/05/2015 - Classe trabalhadora manda recado aos ladrões de direitos neste 1º de maio


Brasília - Diante de uma conjuntura crítica, que apresenta fortes ataques aos direitos e conquistas e tentativas de retrocesso, a classe trabalhadora de todo o país realizou diversos atos neste 1º de maio – Dia do Trabalhador. Com itens comuns na pauta de luta, os trabalhadores levantam bandeiras contra o PL 4330, que libera a subcontratação da mão de obra em todos os serviços e precariza o trabalho; contra o financiamento privado de campanha; contra as medidas provisórias 664 e 665, que limitam acesso a direitos trabalhistas históricos; contra o fator previdenciário; por mais democracia e fim da corrupção; pela reforma agrária e a distribuição de riquezas; pela democratização da comunicação. No Distrito Federal, centenas de trabalhadores do campo e da cidade, dos setores público e privado, se reuniram na manhã desta sexta-feira, na Torre de TV, e deram seu recado aos ladrões de direitos.
 
“Os governos neoliberais estão atacando a classe trabalhadora e tentando retirar direitos históricos nossos. Por isso, é essencial intensificarmos o diálogo com a sociedade e impulsionarmos a maior aproximação dos trabalhadores e trabalhadoras das suas entidades de classe, da CUT. Precisamos fazer corpo diante desses ataques e lutar em defesa dos nossos direitos, contra o retrocesso, em defesa de um país justo e igualitários. Precisamos continuar a luta em defesa do socialismo”, disse o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.
 
De acordo com o dirigente sindical, projetos e medidas que vão contra o interesse dos trabalhadores serão intransigentemente combatidos pela CUT e entidades de base. “Nossa luta contra o PL 4330 continua, agora no Senado. Não vamos permitir que este projeto, que rasga a CLT, avance. Se for preciso, vamos parar Brasília, vamos parar o Brasil. Também não aceitamos que mexam nos nossos direitos, independente de governo. Somos contra as MPs 664 e 665, pois elas mexem em direitos históricos da classe trabalhadora, conquistados com muita luta. Não vamos aceitar que isso vire lei”, afirma Britto.
 
Durante a atividade deste 1º de maio, também foram realizadas panfletagem sobre a pauta de reivindicação da classe trabalhadora e falações que sintetizaram as demandas dos trabalhadores.
 
Resistência e unidade
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O secretário de Finanças e Administração da CUT Brasília, Julimar Roberto, avalia que, neste 1º de maio, o que deve ser comemorado é a unidade da classe trabalhadora. “Vivemos um momento de ataque da direita, dos setores conservadores. Entretanto, todo esse movimento reacionário acabou criando a necessidade de unidade e integração dos trabalhadores e trabalhadoras. É um momento em que as ruas se enchem para pedir o fim do financiamento privado de campanha, fim da corrupção, derrubada do PL 4330. Temos que intensificar essa unidade”, acredita.
 
Rodrigo Rodrigues, que ocupa a pasta de Formação da CUT Brasília, diz que este 1º de maio “simboliza a resistência da classe trabalhadora”. “O momento é de organização dos trabalhadores, daqueles que defendem a igualdade de direitos. O Brasil pede avanço de direitos, mesmo diante de iniciativas totalmente adversas ao povo e de um Congresso Nacional retrógrado e conservador”, diz.
 
Membro da Coordenação de Movimentos Populares – CMP, Afonso Magalhães ressaltou a importância da integração entre o movimento sindical e o social para avançar em um Brasil melhor. “Há 129 anos, centenas de trabalhadores morreram lutando em defesa da jornada de trabalho de 8 horas diárias. Hoje, continuamos unidos em pautas que são de interesse do povo e dizemos não à redução da maioridade penal, ao PL 4330, ao financiamento privado de campanha. Queremos distribuição de riqueza para a construção de um Brasil melhor”, analisa.
 
Democratizar a comunicação para avançar
Um dos grandes entraves ao avanço de direitos da classe trabalhadora é a mídia, que diariamente aborda de forma tendenciosa e negativa as ações de sindicatos, centrais sindicais e movimentos populares. A análise é do integrante do coletivo independente de comunicação Mídia Ninja, Cristian Braga.
 
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“A mídia comercial, à qual a maior parte da população tem acesso, não representa a classe trabalhadora. As abordagens são feitas de maneira conservadora e de direita. Por isso, temos que fortalecer os coletivos independentes de comunicação e entender que cada um de nós somos comunicadores. A internet abriu espaço para isso. Agora, temos que contrapor a narrativa da mídia comercial e trabalharmos para, cada vez mais, conectarmos as pessoas, abrir os olhos da população que, culturalmente, tem a formação da grande imprensa. Temos que traduzir o que está acontecendo no Brasil”, comenta Braga.
 
O secretário de Comunicação da CUT Brasília, Marcos Junio, acredita que a classe trabalhadora só será verdadeiramente representada pela mídia quando houver a democratização da comunicação. “Temos meia dúzia de famílias que dominam os veículos de comunicação e levam para a casa das pessoas mentiras sobre movimentos que lutam por melhorias sociais. É importante que os cidadãos tenham voz, que a classe trabalhadora também se aproprie dos meios de comunicação. Por isso, temos que intensificar nosso trabalho em defesa do projeto de lei de iniciativa popular pela democratização da comunicação. Vamos massificar o trabalho de coleta de assinaturas para garantir a chegada do texto ao Congresso Nacional e, lá, vamos pressionar os parlamentares a aprovarem a nossa proposta. Comunicação é direito de todos e todas”, acredita o dirigente CUTista.
 
Fonte: CUT Brasília

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