Jornal GGN
O Banco Central manteve o ritmo de aperto monetário e elevou nesta quarta-feira (29) a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi unânime e já era esperada pelo mercado.
Com isso, a taxa de juros brasileira passa ao patamar mais alto desde dezembro de 2008 - quando estava em 13,75% ao ano -, mesmo com a inflação elevada e perspectivas de retração da economia.
De acordo com especialistas, esse pode ser o último aumento. Porém, a manutenção do texto dá espaço à autoridade monetária tomar qualquer decisão, já que a porta para o ciclo inacabado de mudanças parece ainda estar aberta. Mesmo assim, o formato foi considerado "sensato", até para a retomada da credibilidade do BC em relação aos mercados. Para eles, trazer a inflação para a meta é uma oportunidade para isso.
Foi a quinta vez seguida que os juros básicos da economia são ajustados pelo Banco Central. Embora ajude no controle dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica a economia, que atravessa um ano de recessão, com queda na produção e no consumo. De acordo com o boletim Focus, analistas econômicos projetam contração de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2015.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
(Com Reuters e Agência Brasil)