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3 de Fevereiro de 2015 às 23:00

04/02/2015 - Defesa da privatização do BRB assusta bancários



Brasília - Os funcionários do BRB ficaram assustados com uma série de acontecimentos dos últimos dias que versavam sobre a privatização e o enfraquecimento do banco. Primeiro foi um debate promovido pela rádio CBN, na semana passada, ocasião em que o professor universitário Adolfo Saschida defendeu a privatização da instituição financeira argumentando que é inadequado o estado administrar banco. 

Depois foi a vez de Raimundo Ribeiro, líder do governo Rollemberg na Câmara Legislativa acusar o BRB de confiscar salários dos servidores do GDF, e ainda defender que os servidores pudessem escolher o banco que quisessem receber o salário. 

Por fim, manifestações do blog de Washington Dourado, diretor do Sindicato dos Professores, acusa o BRB de cometer um crime contra os servidores ao proceder um desconto indevido m suas contas, e que o banco teria se transformado numa banca de exploração dos servidores.

Primeiro aos fatos: o GDF depositou parte dos atrasados das férias dos servidores da Educação na noite de sexta (30). O sistema do BRB ‘leu’ o depósito como crédito de salário normal, e efetuou débitos antecipados de empréstimos diversos. Porém, tão logo o banco tomou conhecimento do erro, procedeu ao estorno dos débitos indevidos.
Quanto ao pronunciamento do professor Saschida, que defende a privatização do banco, certamente trata-se de um defensor da política neoliberal que tanto mal fez ao povo brasileiro nos governos do PSDB, haja vista o descalabro do abastecimento de água em São Paulo e em Minas Gerais, e ainda dos oito anos de triste memória de FHC, cujo legado foi a entrega do patrimônio público para o mercado e um país dos mais desiguais do mundo. 

Esquece-se este professor dos fatos da história que aponta que o mercado não substitui o estado, e este precisa ser forte para intervir quando necessário, haja vista a injeção trilionária feita pelo governo dos EUA para salvar o país da bancarrota quando da crise financeira de 2007. Certamente para situações como esta este professor não tem explicações. 

Outro fato é que o referido professor, atualmente pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), é filiado ao partido Democratas – foi candidato em 2014 a deputado distrital defendendo a privatização do banco. Não podemos esquecer também que o Democratas é o antigo PFL, que deu sustentação ao corrupto governo de Arruda, e cujos fundadores sustentaram a ditadura militar brasileira. Ou seja, dele não se pode esperar algo diferente.

Quanto a posição do líder do governo Raimundo Ribeiro, não podemos esquecer que se trata de um parlamentar do PSDB, que serviu ao governo Arruda, o governador que quis privatizar o BRB e foi responsável pela maior crise de corrupção do DF. Aliás, é de se estranhar um governador cujo partido exibe o nome socialista (PSB – Partido Socialista Brasileiro – partido de Rollemberg), ter como líder um ferrenho defensor da primazia do mercado e membro de um partido (PSDB) que despreza o povo e tudo faz para agradar aos rentistas e latifundiários. 

Na verdade, cabe ao governador cobrar explicações de seu líder, pois ao contrário dele, o governador afirmou e reafirmou, enquanto candidato e como governador eleito, ao Sindicato, seu compromisso com o BRB público e forte. 

Estas foram as palavras de Vasco Gonçalves, indicado por Rollemberg para a presidência do banco, ao Sindicato, em audiência ocorrida nesta segunda (2), ocasião em que foi cobrada de Vasco uma posição sobre a postura de Raimundo Ribeiro, e também uma resposta do BRB ao ocorrido. Na própria segunda o banco fez um esclarecimento à população, nota reproduzida ainda na segunda (2) pelo site do Sindicato dos Professores e pelo blog de Washington Dourado.

Sobre o comentário de Washington Dourado, o Sindicato buscará o diálogo com o sindicalista do Sindicato dos Professores para esclarecer a importância da defesa do banco público. Cabe ressaltar que a defesa de empresas públicas é pauta de todos os sindicatos filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), central a qual o Sindicato dos Bancários e dos Professores são filiados.
Por fim, o Sindicato reitera sua defesa de um BRB forte e público, conclama todos os funcionários do banco e a sociedade em geral para defender este patrimônio da sociedade do DF e cobra coerência de Rollemberg, cujo líder na Câmara Legislativa, Raimundo Ribeiro, ao propor a possibilidade de os servidores receberem seu salário em qualquer banco atenta contra o discurso do governador. 

Concluindo, cabe esclarecer ao distinto deputado que, na prática a portabilidade já permite ao correntista transferir sua movimentação para qualquer banco, não sendo necessária por em prática nenhuma nova medida.

Banco Central aprova nome de Vasco Gonçalves para a presidência do BRB

Nesta terça (3), o Banco Central aprovou o nome de Vasco Gonçalves para a presidência do BRB e o dos demais diretores indicados pelo governo Rollemberg. A posse será nesta quarta (4). No caso de Vasco, ele será empossado como vice-presidente, respondendo como presidente até que seu nome seja aprovado pela Câmara Legislativa do DF, após sabatina.

O Sindicato já se reuniu com o novo presidente do BRB, e nos próximos dias agendará encontro com a nova diretora responsável por tratar de assuntos relacionados aos funcionários. 

Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação

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