(Formosa-GO) - Primeiro, apostaram na intimidação por meio de práticas antissindicais. Depois, num suposto desgaste, no cansaço e numa desmobilização dos grevistas. Os banqueiros, porém, estão se dando mal. Os trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiro seguem firmes há 15 dias em greve e mantiveram paralisados os serviços nesta quinta (3) em 90% das agências e postos de atendimento bancário da Região Integrada de Desenvolvimento Econômico do distrito Federal e Entorno (Ride). “E vamos continuar obstinados até os banqueiros retomarem as negociações e apresentarem uma proposta decente que atenda as nossas justas reivindicações por melhores condições de trabalho, aumento real, valorização do piso, mais contratações e mais segurança”, afirma Clever Bomfim, presidente do Sintraf-Ride.
Ele explica que apenas na região de Formosa os bancos particulares conseguiram obter interditos proibitórios para impedir a presença dos comitês de esclarecimentos na porta de algumas poucas agências do Itaú, Bradesco e HSBC. O direito constitucional de greve, porém, não foi atingido nos bancos públicos desta área nem nos demais estabelecimentos bancários dos outros municípios do Entorno do Distrito Federal. “A categoria não se deixou atemorizar com a postura antissindical dos banqueiros que afrontam o direito de greve, ameaçando bancários e seu movimento com interditos e possível uso de forças policiais. Repudiamos essa prática. Nossa única arma contra a intransigência e a ganância patronal é a greve. Por isso, paramos mais de 50 agências na Ride. E vamos usar a arma da greve até os banqueiros valorizarem nosso trabalho e a categoria”, acrescenta o presidente do Sindicato.
Apoio de outras categorias
O apoio da população e de outras categorias profissionais é outro fator para fortalecimento do movimento. “Estamos recebendo a solidariedade da CUT Brasília e dos sindicatos filiados e de todos os movimentos sociais. Isso é fundamental e demonstra que a nossa luta por mais empregos, mais renda e igualdade de oportunidades é justa e compreendida por todos”, esclarece Clever Bomfim.
O Sindpd-DF, sindicato dos trabalhadores em processamento de dados, também veio a público reafirmar apoio à greve dos bancários. Em nota, os dirigentes do sindicato afirmam acreditar “na legitimidade do movimento paredista, na luta e na organização dos trabalhadores da categoria dos bancários, que estão inteiramente mobilizados na defesa dos seus direitos e não aceitaremos retaliações por parte dos banqueiros que vivem da exploração dos trabalhadores”.
Mais do que apoiar, o Sindpd-DF conclamou os trabalhadores de sua base, da área de tecnologia de informação, que também atuam em instituições financeiras, “a não contribuir com os patrões e compactuar com o assédio moral aos bancários em greve”.
“Os trabalhadores de TI desses locais de trabalho devem respeitar seus horários de entrada e saída e não atender nenhuma determinação da empresa para que cheguem mais cedo e, com isso, ajudar a boicotar o movimento dos grevistas nas portas dos bancos. O Sindpd-DF está ao seu lado e não vamos permitir retaliações à nossa categoria por parte do empresariado. Denuncie!”, conclui a nota do Sindicato.
Fonte: Sintraf-RIDE