Dourados MS - A greve dos bancários na base do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Dourados e Região continuou crescendo no terceiro dia da Greve nacional da Categoria. Em apenas três dias de paralisação por tempo indeterminado, completados nesta quinta-feira (02/10), entre agências, postos de atendimento bancário e Representação de Desenvolvimento Urbano e Rural (REDUR), da Caixa Econômica Federal, são 42 locais de trabalho paralisados. Só agências são 36.
Com a adesão de Itaporã, nesta quinta-feira (02/10), agora já são 07, dos 13 municípios com 100% das agências deixando de prestar atendimento. Completa a lista, Fátima do Sul, Deodápolis, Nova Alvorada do Sul, Vicentina, Glória de Dourados, além, da cidade sede, Dourados.
Segundo o Presidente do Sindicato, Jane Estigarribia, “A greve transcorre com muita tranquilidade e a população não só têm contribuído com o movimento, como têm apoiado, inclusive, na maioria dos casos fazendo questão de verbalizar esse apoio quando se depara com os comitês de esclarecimento.”
Os bancários paralisaram as atividades na terça-feira (30/09), depois de mais um mês em negociação com a Fenaban. Se os bancos insistirem no desrespeito e não retomarem as negociações, o movimento tende a crescer ainda mais. Disposição não falta aos trabalhadores.
Greve dos bancários cresce pelo país e para 9.379 agências no terceiro dia
Diante do silêncio dos bancos, a greve nacional dos bancários continua crescendo em todo o território nacional. Nesta quinta-feira 2, terceiro dia do movimento, as paralisações atingiram 9.379 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados nos 26 estados e Distrito Federal. Foram 1.706 novas unidades que aderiram à greve, um crescimento de 22,2% em relação à quarta-feira.
AS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DOS BANCÁRIOS
Reajuste salarial de 12,5%.
Piso Salarial de R$ 2.979,25
PLR: três salários mais parcela adicional de R$ 6.247.
14º salário.
Vales alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Gratificação de caixa: R$ 1.042,74.
Gratificação de função: 70% do salário do cargo efetivo.
Vale-cultura: R$ 112,50 para todos.
Fim das metas abusivas.
Combate ao assédio moral.
Isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde.
Manutenção dos planos de saúde na aposentadoria.
Emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas como determina a Convenção 158 da OIT, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos; instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências; biombos em frente aos caixas e fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
A PROPOSTA DOS BANCOS REJEITADA PELOS BANCÁRIOS
Reajuste de 7,35% (0,94% de aumento real).
Piso portaria após 90 dias - 1.240,89 (8% ou 1,55% de aumento real).
Piso escritório após 90 dias - R$ 1.779,97 (1,55% acima da inflação).
Piso caixa/tesouraria após 90 dias - R$ 2.403,60 (salário mais gratificação mais outras verbas de caixa), significando 1,39% de aumento real).
PLR regra básica - 90% do salário mais R$ 1.818,51, limitado a R$ 9.755,42. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 21.461,91.
PLR parcela adicional - 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.637,02.
Antecipação da PLR
Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva e a segunda até 2 de março de 2015.
Regra básica - 54% do salário mais fixo de R$ 1.091,11, limitado a R$ 5.853,25 e ao teto de 12,8% do lucro líquido - o que ocorrer primeiro.
Parcela adicional - 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2014, limitado a R$ 1.818,51.
Auxílio-refeição - R$ 24,88.
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta - R$ 426,60.
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) - R$ 355,02.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) - R$ 303,70.
Gratificação de compensador de cheques - R$ 137,97.
Requalificação profissional - R$ 1.214,00.
Auxílio-funeral - R$ 814,57.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto - R$ 121.468,95.
Ajuda deslocamento noturno - R$ 85,03.
CALENDÁRIO
Setembro
30 - Início da greve nacional por tempo indeterminado
Outubro
2 - Manifestações em frente aos prédios do Banco Central, em defesa de um BC independente do mercado financeiro.
Fonte: Seeb-Dourados e Região, por Joacir