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2 de Outubro de 2013 às 00:42

02/10/2013 - Seeb/Dourados denuncia intransigência dos banqueiros na Tribuna da Câmara



(Dourados-MS) - Nesta terça-feira (01/10), Janes Estigarribia, Presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados-MS, utilizou a Tribuna Livre da Câmara Municipal de Dourados, durante a Sessão Ordinária da Casa de Leis, para denunciar a postura de intransigência dos banqueiros frente à mobilização da categoria bancária.
 
Em seu pronunciamento Estigarribia disse que: “Ninguém ganha mais dinheiro neste país que os bancos. Eles desrespeitam os seus funcionários, desrespeitam os clientes, usuários e a sociedade brasileira quando empurra a categoria para a greve”.
 
“Os seis maiores bancos lucraram mais de R$ 29,6 bilhões somente no primeiro semestre do ano, e não querem atender as reivindicações dos bancários por aumento real, melhores condições de trabalho, preservação da saúde, mais contratações, mais segurança e igualdade para todos”, prosseguiu Janes.
 
Confira abaixo o pronunciamento do presidente do sindicato, na íntegra:   
 
Quando as negociações trabalhistas chegam a um limite e uma greve é deflagrada, começa uma guerra e o movimento sindical bancário tem vivido na pele essa difícil batalha que vem sendo travada nos últimos anos entre bancários e banqueiros.
 
O Sindicato dos Bancários representa a categoria em 13 municípios, dos quais são mais de mil trabalhadores em instituição financeira.
 
No ano passado, foram nove dias de paralisação. Em 2011, os bancários cruzaram os braços por 21 dias.
 
Ninguém ganha mais dinheiro neste país que os bancos. Eles desrespeitam os seus funcionários, desrespeitam os clientes, usuários e a sociedade brasileira quando empurra a categoria para a greve.
 
A proposta apresentada pelos bancos sequer repõe a inflação e foi rejeitada pela categoria que luta por ganho real em pelo menos 5%, os bancários querem mais segurança nas agências e maior participação nos lucros.
 
Alguém teria dúvida que os bancos não possam conceder algum desses benefícios? Pois vejam bem o balanço dos sete maiores bancos do país, mostrou que entre o primeiro semestre de 2011 e o de 2012, o segmento bancário cresceu em média 15,56%, as operações de crédito subiram 18,63%, o patrimônio líquido dos bancos aumentaram 12,65%”.
 
Os seis maiores bancos lucraram mais de R$ 29,6 bilhões somente no primeiro semestre do ano, e não querem atender as reivindicações dos bancários por aumento real, melhores condições de trabalho, preservação da saúde, mais contratações, mais segurança e igualdade para todos.
 
Os bancos exigem metas cada vez maiores, impossíveis de serem atingidas. Por isso os bancários estão adoecendo. Os banqueiros não querem discutir medidas para preservar a saúde.
 
As filas intermináveis nas agências ocorrem porque faltam funcionários. Enquanto a economia brasileira continua gerando empregos, os bancos fecharam mais de 15 mil postos de trabalho nos últimos 18 meses, para aumentar os lucros.
 
Os bancos no Brasil cobram os juros e as tarifas bancárias mais altas do mundo. Eles só "sugam" os clientes e não oferecem contrapartidas sociais ao Brasil e aos brasileiros.
 
 Mesmo com esses ganhos, os bancos investem pouco em segurança para proteger a vida de bancários, vigilantes e clientes. Só no primeiro semestre deste ano, houve 30 mortes em assaltos envolvendo bancos, dos quais 21 eram clientes.
 
Para atingir esses lucros absurdos(R$ 29,6 bilhões), os bancos massacram os bancários. Obrigam os funcionários a vender produtos aos clientes, mesmo que eles não precisem. Exigem metas cada vez maiores, impossíveis de serem cumpridas. Por causa do assédio moral e da pressão insuportável, os bancários estão adoecendo cada vez mais. Mas os banqueiros não querem discutir o reajuste e principalmente medidas para preservar a saúde dos trabalhadores e a segurança de clientes e bancários.
 
Os bancos demitem trabalhadores e quase não criam postos de trabalho. Não querem dar garantias para proteger o emprego nem contratar mais bancários para acabar com as filas e melhorar o atendimento aos clientes. Em algumas vezes o cliente espera mais de uma hora para ser atendido. Isso é uma questão social.
 
Hoje completamos 13 dias em greve. A tendência é que a população e algum setores mais conservadores da sociedade possam exprimir em seus pensamentos ou até mesmo em palavras jargões que já conhecemos ao longo de nossas lutas: pessoas sem conhecimento da causa passam em frente aos bancos e passam a xingar e chamar a categoria de vagabundos, esses que fazem greve deveriam ser demitido, esquecendo-se que dessa forma jogam pela janela uma das mais importantes formas de pressão.
 
Sindicatos não são perfeitos, longe disso. Assim como ocorrem em outras instituições, eles possuem atores que resolvem voltar-se para os próprios umbigos na busca e não no mais importante que é os objetivos para o qual foram escolhidos. Estamos cheios de exemplos disso, sindicalistas que acabam por furar a greve. Contudo, graças à organização e pressão dos trabalhadores, importantes conquistas foram obtidas para civilizar minimamente as regras do jogo, não trabalhar até a exaustão e ter salários menos injustos, esse é o nosso objetivo.
 
No caso de greves envolvendo o sistema financeiro, dado os anúncios de lucros bilionários divulgados a torto e a direito, essa é uma luta que precisamos contar com a pressão popular e mostrarmos uma postura mais agressiva, onde o conjunto da sociedade age concomitantemente com os bancários.
 
Esperamos que os setores organizados da sociedade não construa discursos demonizando greves. Porque no dia em que precisar que as pessoas entendam suas reivindicações, poderá perceber que está sozinho, gritando ao vento.
 
Não é só pelo salário é contra o abuso dos bancos. Para quebrar o silencio da Fenaban é preciso unirmos forças, bancários e toda a sociedade, cobrando a retomada das negociações.
 
Por tudo isso, os bancários estão em greve. Estamos tentando melhorar o atendimento e melhorar o salário para os bancários. Por isso, contamos com o apoio de todos e a compreensão da sociedade douradense e dos 13 municípios onde temos nossa base sindical.
 
Fonte: Seeb/Dourados-MS

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