(Brasília) - Mesmo com lucros superiores a R$ 59 bilhões em um ano, os bancos, que integram um dos setores mais lucrativos da economia brasileira, seguem intransigentes e sem negociar com os bancários desde 5 de setembro. Em virtude da inércia dos banqueiros, a categoria segue mobilizada para fortalecer ainda mais a greve, que entrou na terceira semana.
De acordo com dados da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), baseados em informações oficiais dos sindicatos e das federações dos bancários, exatas 11.016 agências e centros administrativos em todo o país ficaram fechados nesta terça-feira (1º). É a maior greve em 20 anos.
No Distrito Federal, além do grande número de agências que estão de portas fechadas, outros setores das instituições financeiras também estão aderindo ao movimento paredista. Forte desde 19 de setembro, quando teve início, a paralisação continua crescendo em todos os bancos, públicos e privados.
“Chegamos à terceira semana de greve sem qualquer diálogo com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), que continua apostando no silêncio e na intransigência para vencer os bancários pelo cansaço. Somente a força da nossa mobilização e a unidade da categoria podem fazer frente a essa lamentável postura dos banqueiros”, afirmou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, que representa os trabalhadores de Brasília no Comando Nacional dos Bancários.
Sem qualquer perspectiva de negociação com os bancos, o Sindicato convoca todos os bancários para intensificar a luta e fazer os bancos se moverem. “A greve não é do Sindicato, é de todos. Por isso, participe dos comitês de esclarecimento e fale com os colegas sobre a importância da adesão ao nosso movimento, para que seja vitorioso. Só depende de nós”, destacou o presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), José Avelino.
Após cinco rodadas, bancos propõem só a reposição da inflação
A greve foi deflagrada no dia 19 de setembro porque os bancos, em cinco rodadas duplas de negociações, propuseram apenas a reposição da inflação e recusaram as demais reivindicações econômicas e sociais. No primeiro dia, foram fechadas 6.145 agências e departamentos nos 26 estados e no Distrito Federal. Nesse período em que os banqueiros vêm sustentando a intransigência, a greve cresceu 79,2%.
Nova assembleia nesta quarta 2
Para reforçar o movimento e traçar novas estratégias de mobilização, o Sindicato convoca todos os bancários e bancárias para nova assembleia organizativa nesta quarta-feira (2), às 17h30, na Praça do Cebolão, no Setor Bancário Sul.
Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília