(Formosa-GO) - À medida que os bancos se mantêm intransigentes, os bancários fortalecem o movimento grevista e as manifestações de indignação contra os banqueiros e de apoio aos trabalhadores do ramo financeiro crescem em vários setores da sociedade. “A aprovação que recebemos de parlamentares, de entidades sindicais de trabalhadores dos mais variados setores nacionais e internacionais e de organismos da sociedade civil dá força para continuarmos a luta por melhores salários e condições de trabalho. Essas manifestações mostram também que boa parte da população, apesar das dificuldades em função da paralisação dos serviços bancários, está ciente de que a culpa por esta situação é da ganância dos banqueirosン, afirma Clever Bomfim, presidente do Sintraf-Ride.
Segundo balanço do Sindicato, a paralisação iniciada há 14 dias prossegue firme nos 17 municípios goianos da Região Integrada de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal e Entorno (Ride). Cerca de 90% das agências e postos de atendimento bancários estão com serviços afetados, com bancários de braços cruzados, a exemplo do que ocorre em todo o país, pressionando a Fenaban a apresentar uma proposta decente que atenda as reivindicações da categoria.
Sinpro DF comunica apoio
A diretoria do Sindicato dos Professores do DF distribuiu nota ontem comunicando seu apoio à greve nacional dos bancários, “por considerar inadmissível que os bancos, que têm no Brasil os maiores lucros e a mais alta rentabilidade do sistema financeiro internacional e pagam salários milionários a seus executivos, desrespeitem os trabalhadores que produzem esses resultados”.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) ocupou a tribuna da Câmara na segunda-feira, dia 30 de setembro, para prestar apoio e solidariedade à greve nacional dos bancários.
"Estamos em um segmento onde houve um lucro consolidado de R$ 37,18 bilhões em 2012. Onde um executivo do Itaú percebeu, em 2012, um salário de cerca de R$ 9 milhões. Este foi o salário de um diretor do Itaú, que não pode sentar e negociar o salário de um bancário, ou uma participação nos lucros, que foram construídos justamente pelos bancários e bancárias", destacou Erika Kokay, que é empregada licenciada da Caixa Econômica Federal e ex-presidenta do Sindicato dos Bancários de Brasília. "O sistema financeiro tem de sentar para negociar", defendeu a deputada.
Apoio internacional
A UNI-Sindicato Global, entidade que representa cerca de 900 sindicatos e 20 milhões de trabalhadores do setor de serviços em todo o mundo, enviou carta à Contraf-CUT expressando "incondicional apoio e solidariedade" à greve nacional dos bancários. A página internacional da UNI também publicou matéria sobre a greve dos bancários brasileiros.
Na carta, assinada pelo secretário-geral Phillip Jenning e pelo brasileiro Márcio Monzane, coordenador Mundial de Uni Finanças, a entidade destaca a importância do movimento sindical brasileiro para os trabalhadores em geral e dos reflexos de suas lutas e conquistas nas demais categorias.
"Não existe um único argumento favorável à postura dos bancos brasileiros de não atender às reivindicações da categoria bancária e de seus sindicatos representativos. Os bancos do sistema financeiro brasileiro continuam fazendo ajustes injustificáveis, promovendo demissões e ao mesmo tempo apresentando rentabilidade e crescimento de seus lucros trimestra a trimestre em 2013 e, ao que tudo indica vão superar os resultados de 2012", dizem os dirigentes na carta.
Veja aqui a carta da UNI-Sindicato Global.
E leia aqui , em inglês, a matéria no site da entidade mundial.
Fonte: Sintraf-Ride com Contraf-CUT