(Brasília) - Demonstrando total desrespeito à greve e à liberdade sindical, a direção do Banco do Brasil veicula constantemente boletins com “meias verdades”, uma postura lamentável que tem contribuído sobremaneira para a baixa adesão dos trabalhadores da unidade ao movimento, favorecendo ainda mais a atuação de assediadores morais.
Os maiores exemplos vêm da Contadoria Geral (Coger). Mas lançar mão de práticas antissindicais, incluindo a perseguição aos trabalhadores que exercem legitimamente seu direito de parar por melhores condições de trabalho, é apenas mais uma do longo repertório de arbitrariedades da diretoria. São tantos e graves os problemas que, de Contadoria Geral, o setor recebeu dos trabalhadores ironicamente a alcunha de “Coerção Geral”.
No âmbito do novo plano de cargos, por exemplo, implantado pelo BB em janeiro passado sem negociar com o movimento sindical, 18 funcionários em cargo de assessor júnior, mesmo com titulação de graduação e pós-graduação e com cinco anos de empresa, ficaram, por assim dizer, sem destino – o que se viu foi o famigerado tipo de política de ascensão que se dá pela via nefasta do apadrinhamento e do QI (quem indica). Resultado: preenchimento de vagas por meio de nomeações arbitrárias de pessoas sem titulação específica.
Isso sem contar a alta rotatividade a que o setor é submetido sem justificativas plausíveis, gerando problemas de continuidade de serviços justamente porque há a substituição de profissionais especialistas por “generalistas”.
A lista de desmandos é engrossada ainda por outra determinação da Coger igualmente questionável e que afronta outro direito caro à categoria. É que os bancários estão proibidos de tirar férias em janeiro, fevereiro e julho, que por conta disso ficaram conhecidos entre os trabalhadores como meses “tarja preta”.
Outro grave problema é a coação sofrida pelos gerentes de divisão de equipe para que atribuam notas baixas a funcionários de alguns setores na avaliação da GDC (Gestão de Desempenho e Competências). Para piorar ainda mais a situação, a Coger impôs como meta na GDC que cada trabalhador dê uma sugestão para melhorar o clima organizacional.
“Essas práticas impõem terror e insegurança, que certamente não contribuem para melhorar a produtividade nem as relações interpessoais no banco. É necessária uma nova postura dos gestores do BB”, cobra Saulo Rodrigues, diretor do Sindicato.
Renato Alves
Do Seeb Brasília