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1 de Abril de 2014 às 23:00

02/04/2014 - "Bancos ainda culpam as vítimas", diz especialista sobre assédio moral


Seeb/RO

ABSURDO: Reberto Heloani diz que bancos culpam vítimas de assédio moral por depressão e tentativas de suicídio.

Por Rondineli Gonzalez - Seeb/RO  

(Porto Velho) - Considerado um dos maiores especialistas sobre o assédio moral no país, o professor e psicólogo Roberto Heloani foi enfático em sua palestra proferida na manhã do 8º Coban, ao afirmar que além de ser o agente principal da existência do assédio moral, os bancos ainda culpam as vítimas pelo surgimento da depressão profunda e até mesmo pelas tentativas de suicídio dessas pessoas.

“Eu trabalho com estudo sobre o assédio moral há 16 anos e tenho um site onde recebo, diariamente, inúmeras mensagens com casos de todos os cantos do país, mas ao me deparar com essa situação onde o banco ainda põe a culpa no funcionário que pensa em se matar, que fica em depressão, eu fico realmente assustado. Esses assediados são vítimas de uma postura de ataques do próprio banco mas, como podemos ver, de acordo com esse entendimento das instituições financeiras, de vítima você se torna culpado, o que é um completo absurdo”, avalia Heloani após exibir o depoimento de uma bancária que era gestora, e que sofrera assedio moral pelo BB, e que acabou perseguida pelo banco após ela ingressar com ação judicial coletiva.

“Ora, no momento que o banco tira dos funcionários um direito reconhecido pela justiça, ele não é bom para todos”, diz a mulher em trecho do vídeo.

O especialista disse ainda que os são compostos por pessoas, então quando um trabalhador é vitima dos destratos destas pessoas, este se sente traído.

“Eu sou palhaço, eu me dediquei, para ter em troca este tratamento. Isso comprova que estamos diante de uma situação em que tudo se resume ao Estado, pois o mercado não tem sentimentos, não tem coração, e as pessoas acabam sendo tratadas como objetos, como coisas. Portanto, fica claro que assédio moral tem uma ralação direta com a produção, com a produtividade e se os sindicatos, as federações e confederações não se fortalecerem para combater este tipo de crime, é melhor mudarem de ramo, de emprego”, disparou.


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