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2 de Março de 2015 às 15:52

02/03/2015 - SEEB/Brasília celebra conquistas e cobra avanços na política de gênero


Brasília - A luta pela igualdade de tratamento e de oportunidades entre homens e mulheres é uma constante do movimento sindical. E para homenagear o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, o Sindicato dos Bancários de Brasília promoverá nesta quarta-feira (4), a partir das 19h, em sua sede (EQS 314/315 – Asa Sul), evento para celebrar as conquistas e cobrar avanços na política de gênero.

As atividades serão iniciadas com a palestra “Desafios para a ascensão profissional das mulheres bancárias”, a ser proferida por Bruna Pereira. Ela é doutoranda em sociologia pela UnB, na linha de pesquisa sobre feminismo, relações de gênero e de raça; coordenadora do Grupo de Estudos Mulheres Negras; integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher (Nepem) da UnB; e bolsista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no projeto Economia dos Cuidados.

Em seguida, às 20h, a senadora e bancária do Banco do Brasil Maria Regina Sousa (PT/PI) abordará o tema “Ampliação da participação política das mulheres e a reforma política”. E, às 20h30, a deputada federal e também bancária da Caixa Erika Kokay (PT/DF) falará sobre “Os motivos e desafios para que a Caixa continue 100% pública”.

Passeio ciclístico

Ainda dentro da programação do Dia da Mulher, no dia 29 haverá um passeio ciclístico, com saída às 8h30, na sede do Sindicato, passando pelo Eixo Monumental, Parque da Cidade e retornando ao Sindicato. As inscrições podem ser feitas no portal da entidade.

Discriminação nos bancos

O II Censo da Diversidade - outra conquista das bancárias -, realizado pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em 2014, aponta que as trabalhadoras recebem 77,9% do salário médio dos homens, o que corresponde a apenas 1,5 ponto percentual a mais em relação ao I Censo (2008).

Cálculo feito pelo Dieese mostra que, nesse ritmo de correção das distorções, serão necessários 88 anos para que as mulheres passem a receber salários iguais aos homens nos bancos. E na região Sudeste, onde a diferença salarial de gênero é ainda maior, demorará 234 anos para as mulheres atingirem a mesma remuneração dos homens.

Do total de 458.922 trabalhadores dos 18 bancos que participaram do II Censo, responderam ao questionário 187.411 bancários, o que significa 41% da categoria, dos quais 51,7% foram homens e 48,3%, mulheres.

Para o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, esses dados demonstram que, infelizmente, os bancos continuam a discriminar as mulheres e nada de efetivo as instituições têm feito para mudar este quadro, apesar da pressão do movimento sindical. “E o pior é que a Fenaban se nega a reconhecer essa desigualdade e descarta o fato de que existe discriminação das trabalhadoras do ramo financeiro”, observa.

Assédios sexual e moral

Para além das questões econômicas, outro problema enfrentado pelas mulheres no ambiente de trabalho é o assédio - seja o sexual seja o moral -, que fere a dignidade e a integridade física ou psíquica, sem contar que as constrange com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual a partir de uma relação de hierarquia e poder.

Helenilda Cândido, diretora do Sindicato, observa que, de maneira geral, as mulheres enfrentam grandes dificuldades no mercado de trabalho, representam mais da metade da população desempregada e, quando ocupadas, percebem menores rendimentos que os homens. “E ainda sofrem assédio moral e sexual no trabalho e violência doméstica. Precisamos dar um basta nisso”, ressalta. 

Origem do Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher, 8 de Março, está intimamente ligado aos movimentos feministas que buscavam mais dignidade para as mulheres e sociedades mais justas e igualitárias. É a partir da Revolução Industrial, em 1789, que estas reivindicações tomam maior vulto com a exigência de melhores condições de trabalho, acesso à cultura e igualdade entre os sexos. As operárias desta época eram submetidas a um sistema desumano de trabalho, com jornadas de 12 horas diárias, espancamentos e ameaças sexuais.

Dentro deste contexto, 129 tecelãs da fábrica de tecidos Cotton, de Nova Iorque, decidiram paralisar seus trabalhos, reivindicando o direito à jornada de 10 horas. Era 8 de março de 1857, data da primeira greve norte-americana conduzida somente por mulheres. A polícia reprimiu violentamente a manifestação fazendo com que as operárias se refugiassem dentro da fábrica. Os donos da empresa, junto com os policiais, trancaram-nas no local e atearam fogo, matando carbonizadas todas as tecelãs.

Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres, realizada na Dinamarca, foi proposto que o dia 8 de março fosse declarado Dia Internacional da Mulher em homenagem às operárias de Nova Iorque. A partir de então esta data começou a ser comemorada no mundo inteiro como homenagem às mulheres.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília

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