Brasília - A Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa-Contraf/CUT) voltou a cobrar da Caixa Econômica Federal o aceleramento das contratações. Na retomada das negociações permanentes, nesta terça-feira (31), em Brasília (DF), a empresa não informou como serão feitas as convocações dos concursados e como pretende repor as vagas dos trabalhadores que vão sair do banco pelo Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA) até o dia 29 de maio.
“Esse posicionamento do banco é preocupante. O quadro de pessoal que temos atualmente já não é suficiente para atender a demanda, gerando uma sobrecarga de trabalho e o adoecimento dos trabalhadores. E agora temos um agravante, que é a reposição dos trabalhadores que vão sair no PAA”, enfatiza o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.
Pelo Acordo Coletivo de Trabalho 2014/2015, a Caixa deverá contratar mais 2 mil empregados até 31 de dezembro de 2015. Nos dois primeiros meses deste ano, conforme os dados repassados na mesa de negociação permanente, ocorreram 417 contratações e 146 desligamentos. “As entidades do movimento associativo e sindical estão em campanha permanente por mais contratações para assegurar condições dignas de trabalho”, diz Jair.
A falta de pessoal tem acarretado outros problemas, relatados na mesa de negociação. Um deles é o não pagamento de horas extras e fraudes no cumprimento da jornada de trabalho. Os representantes dos trabalhadores criticaram, mais uma vez, a existência de dotação orçamentária nas unidades para pagar horas extraordinárias. Segundo eles, enquanto esse mecanismo for utilizado, continuarão as manobras para burlar a jornada e a exigência de compensação de 90% das horas extras como acontece nas unidades de ponta.
A CEE/Caixa-Contraf/CUT cobrou também medidas para assegurar o cumprimento da jornada de trabalho por parte dos gerentes que registram o Sipon. Essa foi uma conquista obtida por este segmento dos empregados em agosto de 2014.
O novo modelo de promoção por merecimento traz avanços significativos para os trabalhadores como a conquista de um delta com 40 pontos, 10 a menos que na sistemática anterior. Outros avanços foram a pontuação extra de 10 pontos e a valorização dos critérios subjetivos, que asseguram maior participação da categoria no processo de distribuição dos deltas.
A sistemática terá pontuação máxima de 70. Os critérios objetivos serão distribuídos da seguinte forma: 20 pontos pela conclusão de 30 horas anuais de módulos da Universidade Caixa, cinco pontos pela participação no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e 15 pontos para a frequência medida pelo Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon). O extra de 10 pontos será dado para iniciativa de autodesenvolvimento. A Caixa assegurou que não haverá exigências de cursos. Ou seja, contarão os cursos que o empregado fizer.
A sistemática é composta ainda por critérios subjetivos que contam 20 pontos. Cada empregado poderá indicar de dois a oito empregados da sua unidade (preferencialmente da sua equipe) que atendam os critérios de avaliação como relacionamento no ambiente de trabalho e contribuição para a solução de problemas. O número de indicações variará em função do tamanho da unidade, e a distribuição dos 20 pontos vai variar em funçᆪo do número de indicações recebida por cada empregado.
“É importante destacar o esforço e o diálogo da comissão paritária para que chegássemos a uma proposta que contemple os anseios dos empregados. Conseguimos impedir a vinculação da promoção às metas e diminuir a nota de corte para a conquista do delta”, ressalta Genésio Cardoso, representante dos trabalhadores na comissão paritária do PCS.
Para o presidente da Fenae, outro ponto positivo é que as regras tenham sido definidas no início de 2015, porque a empresa terá tempo hábil para divulgá-las aos empregados.
A Caixa se comprometeu a fornecer as informações solicitadas pela assessoria das representações dos trabalhadores. Os dados disponibilizados até agora são considerados insuficientes para balizar uma sugestão que aponte para a melhoria do Saúde Caixa. Os debates no GT vão prosseguir.
“Vamos avaliar a aplicação dessa sistemática e apresentar sugestões à Caixa para aprimorar o processo”, destaca Genésio Cardoso, membro da Comissão Executiva dos Empregados. Um dos pontos criticados pelos representantes da categoria é a Caixa vincular a realização dos cursos as suas áreas de negócio.
A Caixa também repassou informações à CEE/Caixa-Contraf/CUT sobre o andamento do Processo Seletivo para o banco de habilitados para cargos técnicos. As primeiras provas ocorrerão nos dias 28 e 29 de abril para assistente júnior e assistente executivo júnior. Dois mil empregados se inscreveram em todo o país.
A Comissão Executiva questionou a empresa por não haver nas unidades um espaço específico para os empregados realizarem a prova. A Caixa alegou que não tem com viabilizar o atendimento dessa reivindicação. Ficou definido que caso haja algum problema nas avaliações, o assunto voltará à mesa de negociação permanente para se debater ajustes no processo.