Terminou sem avanços a primeira rodada de negociações dos empregados da Caixa, realizadas nesta quarta-feira 17 em Brasília entre a direção da empresa e o Comando Nacional dos Bancários, assessorado pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE Caixa), com participação da Federação dos Bancários Centro Norte (Fetec-CUT/CN). A próxima rodada está agendada em princípio para o dia 24.
“Essa primeira rodada foi na verdade sobre temas que já estavam sendo discutidos e praticamente não houve avanço nenhum. Só a partir da próxima rodada é que vamos entrar nos assuntos novos da pauta específica. Mas a postura da Caixa continua tão ruim quanto foi no ano passado. De forma que só com muita mobilização é que devemos conseguir arrancar algum avanço no mesa deste ano”, avalia Wandeir Severo, representante da Fetec-CUT/CN na CEE Caixa.
Os temas discutidos nesta quarta-feira foram os seguintes:
Saúde Caixa e odontológico
Ficou sem resposta a utilização do superávit do Saúde Caixa. Uma das propostas dos empregados, que havia sido aceita pela Caixa no ano passado, é a redução da coparticipação dos bancários de 20% para 15%. Fato que até agora não ocorreu.
Também não foi implantado - segundo a Caixa por problemas operacionais - a adoção do limite de R$ 2.400 para o reembolso nos casos de procedimentos médicos. Esse valor também foi conquistado na Campanha 2015.
Sipon
Um dos compromissos firmado pela Caixa e que corre risco de não ir à diante é a disponibilização de login único no ponto eletrônico (Sipon). A promessa da instituição na negociação da Campanha 2015 era de que seria adotado em todo o país a partir de janeiro de 2017. Na negociação, os interlocutores do banco disseram que o mecanismo começa a ser desenvolvido em janeiro de 2017 sem data para implantação.
Extensão da licença-paternidade
A Caixa assumiu que está esperando o benefício fiscal para estender a licença-paternidade. O movimento sindical vai insistir que o benefício seja implantado imediatamente, pois avalia que há condição para isso.
“É uma pena a Caixa não estar na vanguarda disso e esperamos que ao menos a Caixa não se atrase em relação aos demais bancos que devem implantar a extensão em janeiro de 2017”, afirma Wandeir, que é funcionário da Caixa e diretor do Sindicato de Brasília.
PAA/Contratações
Os representantes dos empregados solicitaram informações sobre prazos, prorrogações, números e substituições por contratações, denunciando que há falta de pessoal em todas as áreas. Houve mais de mil desligamentos só de PAA este ano, sem reposição. Na avaliação da CEE Caixa, é preciso continuar insistindo nas reposições como forma de fortalecer a empresa e seu papel de banco público.
Melhor taxa de consignação para empregados
Questionada por que a melhor taxa de consignação não é aplicada aos empregados, a Caixa se mostrou surpresa e alegou que a cláusula trata apenas de isenção no cartão de crédito, da taxa de Crot e de tarifas em conta corrente.
A CEE Caixa ressaltou que o tema não está no ACT mas ficou consignado em ata e ressaltou que a reivindicação é da menor taxa, ou seja, a customizada ou qualquer outra que seja praticada pelo banco. A Caixa ficou de estudar e responder depois.
Participação dos sindicatos nas Sipat's
O Comando denunciou que os sindicatos de forma geral não são convidados a participar da discussão das Sipat’s e que os empregados liberados sequer podem participar da pesquisa de tema que antecede a realização. Apenas algumas Gipes interagem com os sindicatos, mas não há uma política sistematizada. A CEE Caixa continuará cobrando a participação efetiva dos sindicatos nesse debate.
Reestruturação Giret/Reret/Caixas
Os representantes dos empregados denunciaram inúmeros casos de desvios de função por causa da reestruturação: transferências arbitrárias, os tesoureiros estão expostos a insegurança, os TBN estão exercendo atividades de caixa sem a devida remuneração. E reivindicaram que a caixa minuto deve ser extinta, com o retorno das nomeações de caixa executivo.
“Cobramos que a Caixa oficialize o fim da reestruturação e que a gestão da empresa não utilize a reestruturação como pretexto para arbitrariedades localizadas”, acrescenta Wandeir Severo.
Não houve resposta da Caixa.
Funcef
O Comando e a CEE Caixa cobrou a criação do grupo com participação de representantes da Caixa, Funcef e empregados para discutir o fundo de pensão – que havia sido prometido pela empresa. A participação da Funcef foi exigência da própria Caixa e ela mesma não viabilizou essa participação. “Vamos insistir nesse GT, que foi uma conquista/compromisso dessa mesa de negociação”, conclui Wandeir.
Fonte: Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT