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24 de Abril de 2019 às 08:28

Lula se sente injustiçado e diz que vai lutar para provar sua inocência


CUT Nacional

“Não esperava nada do tribunal porque sabia que eles fariam um julgamento político, como vem ocorrendo até aqui”, disse o ex-presidente Lula ao ser informado sobre o resultado do julgamento do recurso apresentado pelos seus advogados de defesa ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Nesta terça-feira (23), os ministros da Quinta Turma do STJ decidiram por unanimidade diminuir a pena estabelecida para o ex-presidente pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) de 12 anos e 1 mês para 8 anos, 10 meses e 20 dias, no caso do triplex do Guarujá (SP). Mas mantiveram a sentença do ex-juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PSL). 

De acordo com o deputado estadual Emídio de Souza (PT-SP), que visitou Lula esta tarde, o ex-presidente estava sereno porque sabia que o processo seria julgado politicamente como foi nas outras esferas. 

E o problema não é a pena ter sido reduzida, a pena tinha de ser extinta porque ele não cometeu crime algum e é refém de um sistema que se criou no Judiciário brasileiro, disse Emídio, que complementou: "Um sistema que, infelizmente, não ouve o contraditório, não julga baseado em provas, mas em quem Lula é, o que ele representa para a história do Brasil".

“O Tribunal agiu de maneira combinada. Não foi coincidência todos votarem do mesmo jeito. Eles tinham uma combinação como já tiveram no TRF4, onde os desembargadores o condenaram por três a zero”, afirmou o deputado.

Para ele, "o julgamento de hoje é mais um capítulo de um processo totalmente político. E é assim que o presidente enxerga. Não vale a prova, as provas da defesa são totalmente ignoradas, desconsideradas. A palavra do delator vale mais do que qualquer outra coisa”.

Na avaliação de Lula, segundo Emídio, a turma do STJ seguiu o script dos tribunais de primeira e segunda instâncias ao julgar seu recurso levando mais em consideração a política do que as provas. Por isso, o ex-presidente não esperava nada de positivo deste julgamento.

“Lula se sente injustiçado, mas não quer sair deste prédio de cabeça baixa. Ele quer a sua inocência provada. Ele quer mostrar que todas as acusações contra ele são rigorosamente falsas”, afirmou o deputado. O prédio a que ele se refere é a sede da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, onde Lula é mantido preso político desde 7 de abril de 2018.

E Lula mandou um recado muito importante para a militância, disse Emídio, assim como foi julgado politicamente, também vai ser libertado politicamente, “pela luta e resistência do povo brasileiro, a começar por esse local onde a vigília se encontra o tempo todo”.

Para o advogado Luiz Carlos Rocha, que visitou Lula hoje junto com o deputado, o mundo continua girando em torno da luta de classes e o metalúrgico, o líder Lula, está sendo julgado por inimigos, adversários naturais e históricos, seus adversários de classe, os ministros das cortes superiores.

“Esse julgamento é político. A luta continua. Vamos continuar brigando nos tribunais e na ONU para melhorar a situação de Lula, como ocorreu hoje com a redução da pena”.


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