por Redação RBA
São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (10), ao participar de manifestação contra o golpe, na Avenida Paulista, em São Paulo, que seus adversários tentam execrar sua imagem para evitar que ele concorra às eleições presidenciais de 2018. "Quanto mais eles me provocam, mais eu corro o risco de ser candidato", disse Lula a aproximadamente 100 mil pessoas, segundo as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, organizadoras do evento. "Se eles acham que vão me amedrontar com ameaças, eu quero dizer que quem não morreu de fome em Garanhuns (sua cidade natal, em Pernambuco) não tem medo de ameaça neste país."
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O ex-presidente estava praticamente sem voz. Mas esclareceu que não está doente, e chegou às lágrimas quando mencionou o ataque a sua integridade e de sua família: "Mais perverso é o conluio de alguns setores da Justiça e da imprensa, que querem me condenar por manchetes de jornal, mas eu aprendi a andar de cabeça erguida e não perdoo a atitude de vazamento ilícito das conversas por telefone, como foi feito comigo, não admito", disse, acrescentando um recado aos seus adversários: "A única coisa que peço é que tenham por mim o respeito que tenho por eles".
Para Lula, Michel Temer e sua equipe têm como objetivo privatizar as empresas públicas e fragilizar a capacidade do Estado de intervir na condução do desenvolvimento. "Eles querem o desmonte deste país, querem vender a Petrobras, a Eletrobras". Segundo o ex-presidente, a decisão do Senado de admitir o processo de impeachment de Dilma não deu a Michel Temer o direito de agir dessa forma. "Porque ele não age como interino".
Lula teve a fala interrompida por aplausos quando mencionou o ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP), afirmando que o Brasil não pode ter complexo de vira-lata. "Não é possível falar grosso com a Bolívia e fino com os Estados Unidos."